sábado, setembro 20, 2025

Indiana Jones and the Last Crusade (1989)

Continua a ser o meu favorito da saga. Não só da saga; talvez da minha história de cinéfilo, de criança, de aventureiro, de sonhador. São duas horas de cenas e momentos que não se esquecem, que nos marcam para sempre de forma quase inconsciente. A infância do Indiana de River Phoenix, num comboio de circo; o reencontro com Marcus na universidade; as catacumbas e os canais de Veneza; a Elsa, os guardiões do Graal e uma hélice gigante numa perseguição de barcos; um castelo em chamas, numa fuga de uma cadeira com doses iguais de caos e humor numa chaminé rotativa; a mota e o sidecar; o poder de um guarda-chuva de velho e as cenas no ar: o "no ticket" janela fora do zeppelin e o combate aéreo auto-destrutivo de metralhadora. Os desafios e as armadilhas do templo do Graal, entre lâminas gigantes e o "salto de fé". A taça modesta, a escolha correcta, ali e na vida, perante a soberba do ouro, aliás perdoem-me a redundância, perante a soberba da própria soberba, dos encantos que nos fazem esquecer quem somos, quem devíamos querer ser. E depois o paternidade, a relação com o pai, o Jones Senior de Connery, entre tiroteios e fugas, divididos por silêncios e feridas passadas, unidos pela chama da aventura e pelo sopro da fé. E no fim, quando o Santo Graal fica perdido, só o abraço entre pai e filho importa. O coração aperta-se, relembrando-nos que os maiores tesouros da vida não são de ouro, são de sangue e de afecto. E depois aquela despedida final ao pôr-do-sol, qual homenagem perfeita ao cinema de Ford e à "sua" desaparecida. Spielberg, obrigado por tanto.

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