
Já pensei que o Quentin Dupieux era um génio, um visionário, um louco que fazia falta ao cinema, ao nosso pequeno mundo nerd. Porque transformava de forma fácil, rápida, banal, pneus assassinos e moscas gigantes em filosofia de bolso, mas também por simpatia podcástica com o meu amigo Pedro Cinemaxunga, que morre de amores pelo Mr. Oizo. Acho que fui enganado. Segundo barrete consecutivo, desta vez num filme em piloto automático que parece escrito por inteligência artificial, para gozar/criticar a inteligência artificial. Ideias e palavras ao calhas com a mesma seriedade com que eu lavo as meias soltas em casa, uma espécie de fraude perfeita que aplaudimos mesmo sem funcionar com harmonia porque nos sentimos cúmplices do conceito, do génio, do seu passado enquanto realizador. O nada pode ter algum sentido... mas o algum sentido também pode ser uma valente mão cheia de nada.
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