quarta-feira, abril 06, 2005

Elephant (2003)

Baseado numa história real, a do massacre do liceu Columbine, o realizador Gus Van Sant traz à luz "Elephant", um filme intrigante, onde é bastante complicado chegar à essência da história. Todo o filme segue o percurso, durante um determinado dia específico, de alguns alunos do liceu americano Columbine. Esse percurso é seguido em separado, como se fosse uma apresentação de personagens que depois tomarão parte em algo maior. Inicialmente, é assim que se encara esta película. Conforme o tempo vai passando e se verifica que não há grande progressão da acção, começamos a ficar intrigados sobre o objectivo do realizador. Só o percebemos mesmo no fim, embora nos escape o porquê de tal abordagem. O desenlace é o esperado desde o início, mas eu esperava algo mais do que aquilo com que me deparei...

A realização, embora agrade ao início, torna-se cansativa. Planos muito lentos, personagens seguidas simplesmente enquanto andam etc. Embora com alguns momentos de mestria, nomeadamente com a colagem feita entre as diferentes personagens, que se vão cruzando. Os saltos da acção e do tempo não confundem, são bem recebidos, provando que há uma harmonia entre a acção e o modo de a narrar. A fotografia é fraca, apesar de algumas imagens bastante bonitas e com simbolismo específico. No entanto, num filme baseado acima de tudo nas personagens, estas provaram não ter interioridade suficiente para fazer o espectador sentir receio, raiva, ou pena. O filme não transmite emoção, limitamo-nos a assistir, passivamente, a um final que à partida adivinhamos devido a toda a exposição da história do filme. Em termos de argumento, de diálogos, "Elephant" é muito fraco. As personagens limitam-se a trocar algumas palavras entre si, sem sentido. A tentativa de criar algumas personagens tipo não resulta porque dá uma sensação forçada de crítica social. Extremamente visual e auditivo, o filme baseia-se sobretudo na imagem e planos de realização e na banda sonora, que acompanha todas as alturas com bastante harmonia. Apenas aqui se salva a película. De resto, não há nada nesta história que agarre.

3 comentários:

Anónimo disse...

This is very interesting site...
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Anónimo disse...

Não concordo de todo com esta análise...
Acho que van Sant ao nao originar fortes emoçoes no espectador evidencia a apatia demonstrada pelo mundo em relaçao oas problemas que nao nos afectam directamente... Achei refrescante ver um filme não feito para vender e para dar o shot diario de adrenalina, mas sim para mostrar o que se passou realmente nesse dia: A ausencia de herois, todos sao simplesmente pessoas normais...

Carlos M. Reis disse...

Tenho que o revisionar caro Anónimo. Talvez a minha opinião mude. Cumprimentos.

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