terça-feira, setembro 06, 2005
Birth (2004)
Anna (Nicole Kidman) é uma viúva prestes a casar outra vez. Tudo parece bem encaminhado até Sean (Cameron Bright), um rapaz de dez anos, aparecer na sua vida e lhe dizer que é o seu falecido marido, Sean. O que ao princípio parece ridículo, vai ganhando consistência na cabeça de Anna devido a tudo o que Sean revela sobre o falecido Sean, mas principalmente devido ao amor intenso que Anna ainda sente pelo falecido. Escrito por Jean-Claude Carrière e realizado por Jonathan Glazer, "Birth - O Mistério" aparenta ser um filme sobrenatural, mas o seu verdadeiro tema é a credulidade humana. E a verdade é esta... o filme não vale um chavo.
Se o argumento já é suficientemente fraco (apesar de à partida, enigmático), a realização é péssima e estraga qualquer esperança de um bom filme logo de início. Os momentos de tensão foram horrorosamente tratados, os planos são péssimos e tudo isso acaba por cansar o espectador. A emoção é nula e Nicole Kidman já teve melhores dias. Aceitar tudo o que é projecto, realizando sete ou oito filmes por ano nada a beneficiou. Ficou tudo muito automático.
E ao contrário do que o título português possa sugerir, "Birth" não tem nada de misterioso. O filme é bastante previsível e só teve impacto no meio devido ao seu suposto tema e elenco. O medo de Glazer em fazer algo surpreendente e extraordinário com o tema polémico e arriscado que usou, acabou por tornar "Birth" num filme medianamente fraco, mal trabalhado e sem futuro nas mais famosas "dvdtecas" de Hollywood. E a forma como foge, no seu final, ao tema que de início aborda, consegue apagar quaisquer dúvidas... "Birth" toca no ridículo e, mesmo sem ser fã de Stanley Kubrick, é no minímo hilariante, ler as comparações por esse mundo fora entre Glazer e este.
Vale pela "mamoca" esquerda da "ex-diva" Nicole Kidman, que cada vez mais, como referi anteriomente, aparece nas nossas salas semana sim semana não em filmes diferentes. Será falta de sexo? Darling, I'm here!!!
.: 2/10 :.
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2 comentários:
Para já felicito-te pelo óptimo blog, sou visitante regular. Quanto ao Birth, adoro-o! Devo ser das poucas pessoas que gosta deste filme, mas não me importo. É que, quanto a mim, o filme não gira em torno do miúdo poder ser ou não a reencarnação do marido dela; não, nada disso, para mim o que me fascina é o processo de credulidade pelo qual a personagem da Nicole Kidman se guia. Vemos uma mulher sofisticada que, influenciada pelo amor, começa aos poucos a ceder nas suas convicções perante a presença/regresso do seu suposto marido. A espiral da crença leva-a a acções e decisões ridículas. No que diz respeito às comparações com Kubrick, compreendo-as: a elegância da realização, a estética do filme,o poder da banda sonora, o toque sobrenatural e o focar nas reacções humanas (especialmente aquele maravilhoso close up) são excelentes reminiscências do realizador já falecido. E claro, Nicole Kidman dá uma interpretação notável, cheia de pormenores e nuances deliciosas. Pena é que o filme tenha sido alvo de tanta polémica... Injustamente...
Abraço e continua com o bom trabalho ;)
A apreciação é mútua, caro Cataclismo Cerebral. Quanto ao Birth, com o tempo tornou-se cada vez mais um filme de extremos, em que se adora ou se odeia. E explicaste muito bem as razões do extremo oposto ao meu. É essa a beleza do cinema :)
Um grande abraço!
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