quinta-feira, novembro 10, 2005
Dark Water (2005)
O argumento de "Dark Water" traz poucas novidades: uma mãe divorciada disputa a custódia da filha com o ex-marido, refugiando-se, por razões económicas, num prédio degradado, onde se confronta com um bizarro porteiro (um Pete Postlethwaite perturbante) e com misteriosas infiltrações e inundações de uma água escura. Tudo se adensa com uma história da fantasmática presença de uma criança abandonada pelos pais naquele mesmo prédio e com os problemas mentais de Dahlia (a brilhante e bonita Jennifer Connelly), que a acompanham desde miúda, devido também, coicidência das coicidências, a uma infância infeliz e problemática.
Mesmo sem conhecer o original japonês de Hideo Nakata, diz quem o viu que haverá fortes coincidências na criação de atmosferas e na construção de cenários. Mas importa destacar que a principal força do filme reside no ambiente de paranóia prevalecente, obrigando a protagonista a um complexo percurso de terror, que atrai o espectador, não pelo seu nível assustador, mas como disse anteriormente, pelo ambiente paranóico criado em volta das personagens. Ou seja, se era suposto aterrorizar o espectador, então os objectivos não foram alcançados, pois desde o "flashback", mostrando a protagonista em criança, abandonada pela mãe, até aos passos no andar de cima e as omnipresentes águas que caem em gota ou em catadupa, tudo apresenta um terror exposto, denunciado, explicado, logo, muito pouco "terrífico".
Ganha muitos pontos toda a história, com a coragem implicíta de um final difícil e pesado, contrariando o costume, em que tudo fica bem e resolvido. Não foi usado, como é costume no género, um final aterrador, repleto de acção mas previsível, em que já sabemos quem irá triunfar no fim. Escolheu-se o caminho díficil, imprevisível e possivelmente bastante triste para o espectador, mas que ao mesmo tempo, reflecte o seu lado moralista de amor, num filme, que supostamente, não teria esse objectivo à partida. Depois das desilusões que foram os "remakes" de "Ringu" e "The Grudge", aposto que mesmo tendo visto o original, este "Dark Water" não me teria desiludido. E isso já é um bom começo, para os mais que comuns e recentes remakes americanizados do mercado oriental. Mas como uma cópia é sempre pior que o original (já dizia o nosso Mourinho!), lá vou eu procurar algures por aí a obra de Nakata.
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1 comentário:
concordo com a crítica
foi um filme que me agradou bastante, pela sua ambiência, pelas personagens e pelas actuações. pena ser catalogado como terror, quando é mais um drama...
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