domingo, novembro 27, 2005
Dead Man Walking (1995)
Em "A Última Caminhada", Tim Robbins dá-nos uma visão madura do difícil tema da pena de morte. Sem tomar nenhum dos lados, mas mostrando e explorando ambos, Robbins consegue criar no espectador, independentemente das suas convicções, dúvida na sua opinião sobre o assunto.
Aliás, "Dead Man Walking" será mesmo dos poucos filmes completos sobre este dossier, pois é dos poucos que consegue mostrar todas as problemáticas que envolvem a pena de morte. Desde o julgamento e da abordagem da defesa, ao perdão e à caridade entre os homens, Tim Robbins coloca um elemento inicial supostamente neutro no meio das duas partes, que é, Susan Surandon, uma freira que convive tanto com os pais das vítimas, como com o criminoso condenado, Sean Penn. E é a volta da personagem de Surandon que todas as outras gravitam.
Como disse anteriormente, Tim Robbins não assume a defesa de nenhum dos lados. Mas tal facto não faz com que "Dead Man Walking" seja um filme sem mensagem, muito pelo contrário. O seu objectivo é esse mesmo, mostrar tanto as marcas irreparáveis da destruição de uma família e a dor incomensurável dos pais que são obrigados a enterrar os filhos, como a de um homem arrependido, que ama e é amado pela sua família e que apenas será executado ao contrário de outros por duas razões: primeiro porque não teve dinheiro para um bom advogado (ao contrário do cúmplice) e depois porque, em véspera de eleições é politicamente mais aconselhável executar um branco do que dois pretos.
Com interpretações notáveis de Sean Penn e Susan Sarandon (que ganhou o Óscar de melhor actriz com esta representação), e uma realização bastante sóbria e imparcial de Tim Robbins, "Dead Man Walking" é "o" filme sobre uma das temáticas mais discutidas nos últimos anos. E no final, a dúvida ficará na maioria de nós. Eu não mudei de opinião, continuo a favor da pena de morte. Mas percebo agora todas as complicações e implicações que essa mesma decisão pode acarretar. Um filme delicado sobre um assunto delicado. E com uma banda sonora extremamente adequada e poderosa.
N.d.r: Melhor filme da década de noventa para Roger Ebert. Valha isso o que valer.
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1 comentário:
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