domingo, novembro 13, 2005

Flightplan (2005)


Nota de Redacção: Estou revoltado! Demasiado revoltado para conseguir escrever uma critíca séria, que não exprima as razões da minha ira. Assim sendo, o leitor fica já sabendo que este primeiro parágrafo da minha análise estará todo ele repleto de spoilers (a vermelho). Caso não tenha visto o filme, o melhor será mesmo passar directamente para o segundo.

Para mim, o cinema deve ser sempre apreciado e não analisado. Como tal, fui sempre dos que defendi que não devemos nunca procurar aquelas pequenas falhas no argumento, mas sim desfrutar da sua emoção, acção e paixão. Mas querer apreciar "Flightplan" sem pensar no enorme e giganteco (existem mais uns 230, mas desses estamos já nós habituados) buraco de argumento que este acarreta, é pedir ao público que lhe seja aviado um atestado de burrice! Como é possível todo aquele plano estar dependente de alguém no avião ter ou não visto a miúdinha? Se alguém a tivesse visto (99,99% de probabilidade, apesar de não ser isso que está aqui em conta), ia o plano todo pelo canudo? Isto para não falar de todos os outros buracos, que mais uma vez digo, não gosto de procurar mas que são atirados para a fronha dos espectadores a 900 kms/h, como o comandante naquela situação lembrar-se de contactar primeiro uma morgue em Berlim (e vejam lá acertou em cheio) do que o aeroporto e saber se tinha sido feito ou não o check-out e verificação de cassetes de segurança, para confirmar a presença ou não da miúda. Quando, como vimos, não é feito o minímo esforço para esconder tais anormalidades da audiência, como poderemos nós ficar satisfeitos com o resultado final?

Começemos então do ínicio para aqueles que não estão ainda familiarizados com a história do filme. "Flightplan" retrata o pânico e desespero de Kyle (a brilhante Jodie Foster) num avião enorme (que por acaso, coicidência das coicidências, ela tinha ajudado a construir) ao se aperceber que a sua filha desapareceu do assento a 10.000 metros de altura e que ninguém é capaz de a encontrar, pior ainda, ninguém se lembra de a ter sequer visto. Tendo em conta que o registo da criança não consta na lista de passageiros, as hospedeiras, capitão e um marshall aéreo começam a duvidar da sua sanidade mental, ainda para mais quando esta está sobre um trauma imenso devido à morte recente do seu marido.

Com uma premissa mais que interessante, a "Flightplan" faltou apenas um realizador experiente, que soubesse disfarçar minimamente as abissais crateras do argumento e que conseguisse criar, por mais algum tempo, a dúvida no espectador. Robert Schwentke, dedica-te à pesca! Com tanto potencial, derivado de um empolgante ponto de partida e de um elenco fantástico, é triste olhar para o resultado final deste "Pânico a Bordo". Sean Bean, apesar de ter um papel mais secundário, é fantástico e será, certamente, nos próximos tempos, um actor muito desejado. Quanto a Peter Sarsgaard, de actor têm mais do que devia. Pena é, isto não ser um elogio. Não consigo olhar uma única vez para ele, seja em que filme fôr, e não notar o seu medo perante uma câmera, sem nunca conseguir fixar um olhar. Isto é mais que evidente nas cenas em que o mesmo está em segundo plano. Tentem reparar, se ainda forem ver este filme ao cinema, que Sarsgaard está sempre, mas é sempre, a olhar para o chão com um olhar vazio. Tudo o resto está lá, sendo mesmo um actor intensamente dramático, mas falta-lhe essa intimidade com a camerâ, que, neste mesmo exemplo, podem notar em Sean Bean.

Quanto a Jodie Foster, merece um parágrafo apenas para ela. O seu nome é suficiente para atrair qualquer um ao cinema e dar a qualquer obra, um pré-rótulo de qualidade. O seu desempenho é brilhante e poderoso, conseguindo mesmo, em certos momentos, transmitir ao receptor, o pânico que supostamente sente. Triste é que os argumentistas desta obra não façam justiça ao talento de Foster, acabando mesmo por a utilizar como recurso de acção para um final esgalhado da mente de alguém muito, muito panasca. Porque até ao terceiro quarto de filme, Jodie Foster arrasou completamente, tanto dramaticamente como psicológicamente qualquer um de nós. Pena é que Robert Schwentke e colegas tenham estragado tudo o que tinham planeado até então, para no último quarto do filme, usarem a maneira mais fácil para terminar qualquer filme clichento (será que existe este termo?), baseando-se apenas em Foster e esquecendo-se que esse mesmo final iria criar em todo o resto do filme impossibilidades enormes para esse mesmo desfecho.

"Flightplan" é então, até agora, a maior desilusão do ano. Nem que seja pelo facto de ter posto Jodie Foster K.O. por mais uns tempos. E já repararam que tanto este como "Red Eye" de Wes Craven são completamente estragados pelas suas terríveis partes finais? Vou tentar dar a nota a este "Pânico a Bordo" esquecendo um pouco a sua falha de credibilidade na história, pois fosse este factor disfarçado e "Flightplan" teria sido bastante aceitável. Só me aptece é ladrar... e morder alguém!

5 comentários:

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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Flying Dutchman disse...

finalmente discordo completamente contigo!!

estou a gozar, nao gostei nada do filme! Nem sei como conseguiu duas estrelas aqui no CN, mas deve ser por causa da brilhante Jodie Foster!
Abraço

Carlos M. Reis disse...

Dutch, eheh. Já nem eu sei porque dei duas. Só mesmo pela Jodie. O filme é um buraco enorme. Um grande abraço!

Os Filmes de Frederico Daniel disse...

Carlos, concordo plenamente consigo no que toca aos buracos gigantes do argumento.
Contudo até gostei do filme, o melhor foi o desempenho da Foster.
"Pânico a Bordo": 3*

"Pânico a Bordo" é um bom drama, mas na sua totalidade deixa algo a desejar.
"Flightplan" é um bom filme, mas é apenas e só isso.

Cumprimentos, Frederico Daniel.

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