terça-feira, novembro 15, 2005

Recordar é Viver (2 em 1): Cinema & TV em Portugal


"Olá, sou o Albertino, director de uma empresa de distribuição de cinema e sou atrasado mental..." por dubois no dia 18 de Julho, Cinema Xunga.

"Esta frase não é uma citação fidedigna, mas é quase... Quando existe tanto cinema mundial de qualidade e somos brindados com filmes como "O filho da Máscara" ou aquele da Jennifer Lopez que vai estrear, algo vai mal. Desde filmes de qualidade com anos de atraso, à inserção nas salas de todas as comédias românticas que conseguem arranjar (mesmo que não apareça o Hugh Grant), as salas de cinema portuguesas continuam a ser uma desolação sem fim à vista. Já ouvi várias teorias de que temos o cinema que o público merece, mas também não há educação, um certo brio das distribuidoras nacionais. É o sindrome tipicamente português de quem abre um negócio: ganhar tudo de uma vez sem pensar em futuros ou no cliente. A crítica também não ajuda, porque o elitismo tem atingido pontos quase gritantes por parte dos profissionais.O cinema nas nossas salas resume-se a produções em massa baseadas em templates testados e comprovados. Tudo americano e de Hollywood. Cinematografias asiáticas, europeias e sul-americanas quase nem aparecem. E são cinematografias comerciais... Já nem falo em cinema africano, iraniano ou Indiano, já ficava satisfeito com qualquer coisa que não me faça lembrar os actores do Dallas. Não admire que o pessoal "importe" cada vez mais cinema, passando ao lado do circuito nacional da distribuição."

http://cinemaxunga.blogspot.com/2005/07/olo-de-cinema-e-sou-atrasado-mental.html

Podridão nas mentes dos responsáveis pelas estações televisivas públicas portuguesas por Miguel Batista no dia 3 de Setembro de 2005, Black Spot.

"A TVI acaba de comprar Kill Bill vol.1. Isto seria uma boa notícia se falássemos de um canal civilizado, num país civilizado, que desse a atenção necessária à cultura e à arte. O que nos parece Kill Bill à primeira vista? Exacto, apenas mais um filme de acção, espadas e samurais, ou seja, mais um para a TVI enfiar nas tardes de domingo a ocupar o lugar entre os filmes sobre cães que falam ou praticam algum desporto e alguma comédia rasca, ou num dia mais convencional, os Morangos com Açúcar. Se assim não for, anunciarão o filme para a meia-noite e começará às duas da manhã. Como se isso não bastasse, o formato original do filme não irá com certeza ser cumprido, pois nenhum filme o faz na TVI, e somos bombardeados com uma retalhação do filme em pedaços de 20 minutos que estão dividos em épicos intervalos, isto já para não falar naquelas linhas de texto que passam na parte superior do ecrã a anunciar outros programas que irão dar mais tarde ou noutro dia, programas esses que infelizmente o público em geral gosta de ver, e enqunato assim for, não andaremos para a frente. Quando falo da TVI, posso falar igualmente da SIC, só a RTP1 tem mostrado evoluções nesse aspecto, e a 2: que, apesar de exibir poucos filmes, quando os exibe, passa-os sem interrupções e no formato original.Posto isto alguém vai ter vontade de ver Kill Bill? Mas infelizmente não é só com Kill Bill que isto acontece, ou vai acontecer. Filmes de qualidade que existem nos arquivos das televisões portuguesas (The Godfather, Adaptation., Ying Xiong) sofrem o mesmo ou pior tratamento. Ouvi uma vez a TVI a anunciar The Godfather a ter início às 2 da manhã e a SIC anunciar Adaptation à 1. Deparando-nos com este cenário, e pensar que em substituição destes filmes são exibidos milhares de vezes filmes sobre cães ou telenovelas. O que se aproveita afinal da programação de todos estes canais começa sim lá para as 2 ou 3 da manhã. E isto porquê? Porque as audiências podem ser desviadas para outros canais enquanto passa um bom filme ou uma boa série? Assim nunca andaremos para a frente. E a conversão do formato de widescreen para fullscreen é uma estupidez, se bem que a RTP1 tem vindo a evoluir nesse aspecto. Digo isto porque o último filme que vi na estação (Irreversible, de Gaspar Noé) foi bem tratado, mantendo o seu formato original e, embora retalhado, os intervalos não tinham duração épica nem passavam frases na parte superior ou na inferior do ecrã a anunciar outros programas.Onde quero eu chegar com tudo isto? Que ver cinema na televisão é algo pobre e nada produtivo hoje em dia. Quem realmente gosta de cinema, deve ver os tais filmes em DVD ou no cinema, e mesmo assim, isso não é facilitado, estando os DVDs e os bilhetes de cinema cada vez mais caros. O cinema em Portugal é considerado apenas um passatempo hoje em dia, facto que é lastimável. Em que país vivemos?"

http://miguel12.blog-city.com/podrido_nas_mentes_dos_responsveis_pelas_estaes_televisivas_.htm

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