
Isto porque, como dizia a velhinha, "eu ainda sou do tempo" em que ir ver uma obra de Spielberg era, logo à partida, ter a certeza que se ia assistir a um grande filme, que nos iria deixar encantados no fim. Foram raras as vezes em que algum outro realizador conseguiu o aplauso da critíca e do público de uma forma tão geral ao longo da sua carreira. Mas pelos vistos, o apocalipse, tão imponente em "Guerra dos Mundos", está para breve. É verdade que a expectativa geral era bastante elevada, mas este "War of the Worlds" saberia sempre a pouco, fosse em que circunstância fosse. E se é completamente indiscutível que um filme não se resume à felicidade ou infelicidade de um final... não havia nada menos óbvio e mais surpreendente que o caminho escolhido?
Quanto ao elenco, e apesar de apreciar o talento de Tom Cruise (nada disso que já estão a pensar), toda a sua representação pareceu-me bastante esforçada e pouco real consoante as situações que supostamente vivia. Tim Robbins esteve bem (mas longe do seu melhor) mas a nota de destaque vai, mais uma vez no CN, para a minha querida Dakota Fanning. Nascida em 1994, ela irá ter, certamente, as dificuldades decorrentes da mudança de idade que se aproxima. Mas não haja dúvidas: Dakota já possui esse dom que define uma actriz: entregar-se à câmara, sem se submeter ao seu poder.
De Spielberg sempre tivemos mais carga dramática e genialidade. Fazer um filme a pensar única e exclusivamente no facto que o seu potencial de marketing será claramente maior que o seu orçamento de produção (e olhem que não foi pouco) não resulta. Spielberg está como Pamela Andersson, ainda dá para aquecer mas não para acordar a meio da noite, meio perdido. Por isso, o rei anda nú. E não há um raio desintegrador que o acorde!

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