Uma amizade pouco provável nasce entre Fergus, um voluntário do IRA, e um soldado britânico raptado, Jody, que foi atraído pela implacável Jude a uma armadilha montada pelo IRA. Mas quando o plano acaba de um modo terrível e inesperado, Fergus foge para Londres. Adoptando o nome Jimmy, ele arranja um novo emprego e começa a encontrar-se com Dil, a amante de Jody, que não sabe nada do seu passado perigoso. Mas há algo sobre Dil que Fergus também não sabe...
O que eu não sabia é que este filme era sobrevalorizado até às ventas! Mau, inconstante, e completamente centrado na sua “reviravolta”, que pouco traz à acção e razão da narrativa. E eram tantos os lugares da capa do DVD que mencionavam este “segredo” , inclusivé citações de Ebert, que a mesma acaba por desapontar e cheirar a “banalidade”. Realizado por Neil Jordan (Interview with the Vampire, este sim um bom filme), “Jogo de Lágrimas” foi galardoado com o Óscar de Melhor Argumento Original. Algo exagerada a distinção, visto “Unforgiven” de Clint Eastwood estar, na altura, entre os mesmos nomeados e ser, claramente, uma obra superior, com principio, meio e fim. E podemos usar esta mesma classificação, para dizer que “The Crying Game” é um filme em que só existe um meio, com a “famosa” surpresa e que a partir daí afunda-se completamente.
“Jogo de Lágrimas” não sabe se quer ser um thriller de acção, uma obra sobre racismo, um filme sobre violência e opções sexuais ou pura e simplesmente uma pequena mistura de tudo isto, que funciona como azeite sobre água, ou seja, que não mistura e que não serve para nenhuma delas. Só mesmo o facto de invocar um assunto sensível e polémico como as acções da organização republicana militar irlandesa (IRA) explica a sua popularidade e sobrevalorização. A interpretação de Forest Whitaker é forçada e de certo modo, amadora e só a excelente prestação do até então desconhecido Sthepen Rea equilibra o elenco. Dispensável!
Nota de Redacção: Felizmente, “The Crying Game” foi a única desilusão que apanhei nestes últimos dias de descanso carnavalesco. Peço perdão pela curta ausência mas, esta não foi em vão. E até foi bastante merecida, modéstia à parte! A actualização diária continua de agora em diante!
5 comentários:
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Considero este The Crying Game um filme inteligente; acho que o cruzamento entre o lado policial e o tema da identidade sexual está muito conseguido. Claro que o "segredo" é o ponto fulcral do filme, mas não consegue abafar a qualidade das personagens e da narrativa. É um filme irónico (veja-se o genérico inicial) e imparcial em termos de juízos de valor. As interpretações acabam também por resgatar o argumento do mero policial inconsequente.
Abraço
É um ponto de vista diferente. Eu detestei, confesso. Talvez não fosse o dia certo para o ver, não sei. Dificilmente o revisionarei!
Um abraço CC!
Respeito opiniões divergentes da minha, mas este filme foi muito falado, até e principalmente pela Academia e revelou-se uma boa merda de filme, perdoem-me o francês!
Ah fui eu que disse isso aí em cima
Jorge MArques ;)
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