É Natal e Everett (Dermot Mulroney), o filho perfeito, aproveita a oportunidade para apresentar à família a sua namorada nova-iorquina, a inflexível e dominadora Meredith (Sarah Jessica Parker). Muito seguros da sua intimidade, ideais e modelos de namorada perfeita, os membros da família Stone decidem odiar Meredith assim que a vêm pela primeira vez... criando mais uma vez no cinema um caso de confrontos entre casal e sogros. Ou será que não?
É nesta questão que reside todo o problema de “The Family Stone”, não saber se quer ser uma comédia, um drama, um romance ou pura e simplesmente uma lição de vida. Tenta ser um pouco de todas e perde por isso, não conseguindo assim basear os seus acontecimentos numa estrutura sóbria e pré-definida. Não impede isto que toda a obra tenha os seus mais diversos momentos altos em cada uma das categorias atrás citadas, mas não passa disso: um conjunto de bons momentos, afloreados com uma relação de quatro vértices mal estudada e elaborada e que têm a sua principal vitória em dois gestos simples e familiares.
O primeiro, e numa altura em que muito é discutida em Portugal a questão da homosexualidade, demonstrando que as opções sexuais de um filho não o devem tornar menos amado pelos seus pais. Que ser homosexual não é uma doença. Numa questão que se podia basear na afirmação “Todos se riem de mim porque sou diferente. Eu rio-me de vós todos porque são todos iguais.”. A segunda, mais tocante e emocional, que a familía deve ser sempre o nosso maior bem, e, sendo a vida efémera, não devemos perder uma única oportunidade de amar aqueles que sempre nos amaram. Nestas duas questões humanas, “The Family Stone” triunfa de uma forma arrebatadora. No capítulo romântico-dramático, falha catastróficamente.
Com um elenco de luxo, constituído por nomes como os de Sarah Jessica Parker, Dermot Mulroney, Claire Danes, Diane Keaton, Luke Wilson e a espetacularmente bela Rachel McAdams, “A Jóia da Família” poderia ter alcançado muito mais. E só não o fez por pura imcompetência de um argumentista indeciso, que neste caso, era Thomas Bezucha, o próprio realizador. “The Family Stone”, é assim, uma obra que não fosse pelo elenco e pelas duas importantes mensagens atrás mencionadas, provavelmente teria passado despercebido nas bilheteiras mundiais. E permitam-me terminar com a seguinte afirmação de frustração: “Ai Rachel Rachel, não fosse eu um rapaz comprometido e...”. Pronto, esqueçam. Lá tou eu a viajar!
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