Passado na paisagem futurista de uma Grã-Bretanha totalitária, "V de Vingança" é a história de Evey (Natalie Portman), uma jovem que é salva de uma violação certa e provável morte, por um homem mascarado (Hugo Weaving). Identificando-se apenas como "V", o mascarado revela um carisma incomparável e um talento extraordinário na arte do combate e da astúcia. V desencadeia uma revolução quando insta os compatriotas a lutar contra a tirania e a opressão. Mas ao descobrir a verdade sobre o misterioso passado de V, Evey toma também conhecimento da verdade sobre si própria e emerge como imprevisível aliada de V, no seu plano para devolver a justiça e a liberdade a uma sociedade afligida pela crueldade e a corrupção.
“V for Vendetta” é uma verdadeira obra-prima. A sua mensagem de que o povo não deve recear o governo, o governo é que deve recear o povo é extremamente forte e deveria ser suficientemente eficaz para tocar a todos, sem se perder no meio de tal delirío visual. A todos os que já viram um documentário denominado “9/11 Loose Changes 2nd Edition”, este “V de Vingança” é a versão cinematográfica do mesmo, mas com outro caso, noutro país. O objectivo? O mesmo que o do documentário, só que disfarçado de maneira a não ser engolido pelo “Patriot Act”, como aconteceu com o anterior. Um forte vendaval que pretende retirar todo o areal lançado para os olhos das pessoas através dos media e dos governos. Sublime.
Assim sendo, “V for Vendetta” bem poderia ter sido realizado por Michael Moore, desde que com o devido auxilio dos irmãos Wachowski e de Joel Silver. Todo o filme é a demonstração da tão famosa “cultura do medo”, definida por Moore nos seus recentes documentários. Não sei se repararam, mas ainda não falei uma única vez no maravilhoso argumento, no arrebatador visual e em tudo o mais que este filme possui. O que me cativa é a sua mensagem, a sua coragem. Pena é, que a maioria não vá perceber que toda a obra é uma acusação ao governo norte-americano de que foi este que planeou todo o 11 de Setembro, que foi este que mais lucrou com o mesmo. Acusação forte, discutível mas corajosa. Não precisamos de acreditar na mesma, para louvar existir alguém que não teme transmiti-la.
Outra questão clara evocada, toca também o terrorismo. Será que este pode ser um meio de libertação e de justiça? Xanana Gusmão era considerado terrorista para os Indonésios não era? Ai está a resposta. Tudo depende dos valores das sociedades em questão. “V for Vendetta” é então mais do que um filme de acção, de ficção cientifíca. “V de Vingança” é, principalmente, um filme de debate. E bastante poderoso.
No que concerne ao elenco, ninguém se destaca pela negativa. Hugo Weaving com a sua fascinante voz domina por completo a personagem de “V”, Natalie Portman está fantástica como sempre, Stephen Rea não destoa e John Hurt é a maior surpresa, com a sua magnífica interpretação de um tirano implacável. A realização do estreante McTeigue é competente, se bem que, como referi anteriomente, este é um filme que não se destaca, para mim, pela sua componente técnica mas sim polémica. Finalmente um filme que satisfaz visualmente, entretem q.b e ainda nos faz pensar. Um verdadeiro “all-in-one”. Que alivío.
7 comentários:
É um grande filme, não tenho dúvidas :).
Abraço!
Eu já dei uma olhada pela BD, e sinceramente não gostei muito. Achei-a claramente superior à BD de Sin City mas não suficientemente eficaz para me aguçar o apetite.
Mas também fala um homem que de BD só consome Tio Patinhas e afins :)
Cumprimentos.
Ouvi falar que esse filme é muiiiito bom!!
hugo weaving está magnífico com os seus diálogos
um filme sinceramente bom
É muito bom sim senhor. E está a precisar de uma revisionamento ;)
kero essa mascara
como faço?
Procuras no Google por "v for vendetta mask", e aparecem-te logo uma carrada de sites que a vendem. Cumprimentos.
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