quinta-feira, maio 18, 2006

Wedding Crashers (2005)

Cliches, cliches e mais cliches. Não bastava a presença de Owen Wilson, na única personagem que existe no seu portfolio (ou seja, a de parvalhão) e a de um realizador de currículo duvidoso, ainda tivemos que levar com o mais desinspirado dos argumentos possíveis para a levemente prometedora premissa matrimonial. Sim, a premissa divertida e a presença de Rachel McAdams ainda conseguiram criar uma leve pré-ilusão na minha retorcida mente, rapidamente desvanecida após a primeira meia-hora de fita.

O que à partida seria um semi-agradável filme de engate, rapidamente se transforma em outro básico e estúpido (mais um, minha nossa) filme de “boy-finds-girl of his life”. E a partir desse momento, a queda é monumental. Todas as piadas, momentos e gaffes são exactamente iguais às de mil e um outros filmes do género. É cliche atrás de cliche, tão batidos e rebatidos que nem beneficiam do minímo esforço do espectador para erigir o lábio superior e esboçar o minímo sorriso. O catálogo de divertimento de “Os Fura-Casamentos” é o mesmo de qualquer outra comédia com Owen Wilson ou Ben Stiller, que graças a Deus não coloca os pés neste filme, transformando o já mau em horrível.

Não é tudo mau, atenção. A química entre o elenco principal é notável, as representações passam despercebidas, sem excessos mas também sem abusos negativos, Rachel McAdams é o mais oloroso perfume no ecrã e a banda sonora recorda alguns clássicos de outros tempos, bem encaixados na acção narrativa, como foi o caso de “Don’t Cry” dos Guns & Roses. Mas será que isto é suficiente? Não, claro que não. A carga romântica imposta no filme, ainda por cima atribuída ao nada dramático Owen Wilson desloca por completo todo o efeito cómico da obra, colocando-a num patamar despropositado que não permite fugir ao típico final de qualquer outra vulgar comédia romântica.

A “Wedding Crashers” pode, então, ser facilmente exposto o problema que encrava todo o seu potencial inicial: a indefinição de criar um filme só dirigido ao público masculino, ou a ambos. A combinação de preferências pode ter agradado a alguns gregos e a alguns troianos, mas a mim, apenas alterou um rumo improvável e arriscado, num seguro e que satisfez minimamente todas as plateias. O medo de arriscar em algo ousado é notório. E como quem não arrisca não petisca...

1 comentário:

Anónimo disse...

That's a great story. Waiting for more. Nerve damage impotence

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