Nove estranhos, sem qualquer relação aparente entre eles, são raptados, drogados e fechados numa casa. As portas estão trancadas e as janelas tapadas com tijolos. Desorientados e furiosos, são recebidos por uma voz no intercomunicador que lhes diz que estão a ser observados e que competem para um prémio de cinco milhões de dólares. Como ganhá-lo? O último sobrevivente fica com o prémio e será liberto. E enquanto não começarem as mortes, a comida servida será cada vez mais escassa.
Há o Jay, o polícia, que decide que vai manter a paz. Há o Vince, um padre que se recusa a aceitar que vão atacar-se uns aos outros. Há o Francis, o compositor fracassado e a mulher Cláudia. Farida, uma jovem perturbada, e Claire, uma antiga estrela do ténis que se transformou numa acompanhante de luxo. Max, o estilista gay. Al-B, um aspirante a estrela de rap, e Lea, uma bailarina exótica. São nove personalidades completamente diferentes fechadas numa casa, sem possibilidade de fugir e que sabem que apenas uma pode sobreviver. A desconfiança instala-se e o ambiente de paranóia e suspeita torna-se cada vez mais pesado. A tensão transforma-se em violência e a violência em morte. De repente, passa a ser cada um por si, numa luta pela sobrevivência. Por que estão ali? Quem vai sobreviver? E o que é que isso irá custar-lhes?
Ora bem, este “House of 9” é a versão inglesa desfocada de dois filmes de sucesso norte-americanos: “Saw” e “Cube”. Se tem comparação possível com algum deles? Nem por sombras. Isto porque neste temos as mamocas de Kelly Brook, a barba de Hopper mas nem metade do talento de montagem, realização e direcção sonora das obras americanas citadas. Começemos mesmo pelo som e coordenação deste com as mais diversas cenas e momentos. Miseravelmente... miserável. Seria o mesmo que os momentos dramáticos do conceituado “The Shining”, de Stanley Kubrick tivessem sido acompanhados com uma música qualquer do vasto reportório de Emanuel, Toy ou Agata. A comparação está longe de ser desajustada, acreditem.
O argumento por sua vez, era uma laranja repleta de sumo, mas que não foi esprimida. Com um conceito tão multidimensional como o que é dado à partida, muito mais imaginação e criatividade era obrigatória. Um excelente final não basta quando todo o resto só atraiu pela ideia e pela agradável fotografia saturada em tons de cinza e branco. As personagens extremamente esteriotipadas permitem, logo de início, adivinhar os bons, os maus, o futuro vencedor e o bronco de serviço. O minímo esforço para fugir a esta inevitabilidade não é sequer esboçado. Não fosse o seu estrondoroso final e “House of 9 – O Rapto” iria directamente para o esquecimento. É que ao contrário de “Three”, nem sequer foram aproveitados os apêndices mamários de Kelly Brook para salvar algumas partes do filme.
5 comentários:
Era exactamento o que ia dizer...isto é "Saw" meets "Big Brother" ou qualquer coisa do género.
Pessoalmente, acho que estes temas já estão super batidos.
Estou mortinha para ver o "Volver" do Almodovar!
"O argumento por sua vez, era uma laranja repleta de sumo, mas que não foi exprimida."
Não querias escrever ESPREMIDA? Para quem está em Jornalismo, isto não se perdoa. :D Já agora, quando escreves "Há o Jay (...) Há o Vince (...) Há o Francis" não seria melhor omitires o "o"?
Quanto ao filme não conheço mas a sinopse também não augura grande coisa...
Abraços
Erro infantil mesmo. É o que dá escrever a toda a velocidade, num computador portátil, durante as férias :) Quanto às ligações, tratam-se de nomes internacionais, em que deve ser sempre exposto o género. Não é erro nenhum, é uma opção. Espero não ter de cometer mais erros para te ver por cá Tiago. Se tiver que ser, uma vez por mais lá meto mais umas gralhas para poderes comentar :P
Dora, não sou grande fã de Almodovar. Mas certamente irei colocar os olhos em Volver.
Cumprimentos!
Só fica bem admitir que se erra. A questão das ligações tem lógica e foi mais uma areia para a praia dos meus conhecimentos. :)
Não tens que cometer erros para me ver por aqui. Eu leio todos os teus posts, só que normalmente não comento (o que acontece com quase todas as visitas que faço a blogs). Só comento quando acho que a minha opinião faz diferença. Nunca fui apologista do "dizer só porque todos têm uma opinião".
Agradecia igualmente que resolvesses a querela dos links. :D Passo a explicar: nunca vi um link para o meu blog no teu e no entanto o meu sempre teve (salvo raríssimas excepções) um para o teu.
Continuação de boas férias e espero que tenhas boas notas nos exames. Abraços. ;)
Tens toda a razão Tiago. Também não sou apologista do falar por falar.
O teu blogue sempre esteve na minha lista de links, até à última mudança de template, que tive que colocar todos de novo, um a um. Escapou-me, não sei bem porquê. Na próxima actualização, tratarei disso.
Boas férias. Cumprimentos.
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