
No entanto, “Missão: Impossível III” foi uma boa surpresa. Apesar de claramente inferior ao seu predecessor, realizado por John Woo e quanto a mim o melhor filme da saga, Tom Cruise volta a mostrar que esta foi uma trilogia feita à sua medida e não, como seria de esperar, ao nível estético e emocional da série televisiva que lhe deu o nome. Aliás, desta retêm apenas a aliança eufórica entre a emergência das novas tecnologias e os poderes primitivos da mente humana. O trabalho de equipa, em que cada elemento era fundamental e não havia o herói único, bem como o ambiente carregado e policial foi totalmente esquecido. Mas isto já são pecados (ou talvez não!) que transitam da obra pioneira de Brian de Palma.
Em “Mission: Impossible III” somos presenteados com uma série de situações paradoxais, mas empolgantes. O argumento, apesar de facilmente descodificável, é de um ritmo atroz, que nunca permite ao espectador descontrair. A realização – amadora quando comparada com a de John Woo – é auto-suficiente. Ou seja, desenrasca no momento, em cima do joelho o que certamente não foi planeado com antecedência e cabeça. A montagem é capaz e a técnica inicial de enganar o espectador mais inexperiente com uma futura situação complicada e decisiva, que mais tarde prova o contrário, um verdadeiro “brain-candy” (inventado neste preciso momento, derivado de eye-candy, e expressão que muito provavelmente não existe!).
Ou seja, “Missão: Impossível III” não é o filme de acção que todos os amantes do género esperavam que viesse a dar um novo folgo a Hollywood. Não é sequer superior aos seus antecessores. Mas não deixa de ser agradável e obediente no que lhe compete: entreter. É claro a nível argumentativo, sem pretensões disparatadas e apenas enfraquecido por a certa altura se tornar óbvio demais. Tom Cruise destaca-se acima de qualquer outro no elenco, com uma representação “à Ethan Hunt”, mas a Ving Rhames e Philip Seymour Hoffman deveria ter sido exigido mais. Mais tempo no ecrã, mais intensidade dramática, mais importância no desenrolar dos acontecimentos. Já de Michelle Monaghan, digo o que disse na altura de “Kiss Kiss Bang Bang”: vai dar que falar.

5 comentários:
É estranho, n vi e tb n tenho curiosidade!...
Já agora, VOLTEI! :P
E agora com o Brad Pitt na calha da saga, será que vão ser ainda melhores?
Ah, e gostei da expressão “brain-candy”... :P
membio, não és o primeiro a falar de Running Scared. Vou ver se o alugo.
Nuno, bem-vindo de volta!
Brain, foi dedicado a ti :P
Cumprimentos!
F, antes de tudo, obrigado pelas simpáticas palavras. Quanto à sugestão, fica registada, apesar de amanhã estar indisponível.
Cumprimentos.
Sim, visualmente, para mim, o segundo é o melhor da triologia. Em termos de argumento, o primeiro destaca-se. Mas este terceiro, apesar de desilusão, cumpre. E tem Monaghan...
Cumprimentos Helena!
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