De Andrew Davis (“The Fugitive”, “Collateral Damage” ou mesmo “Under Siege”), “The Guardian” é uma decente obra de honra e coragem sobre a história de todos aqueles que arriscam a sua vida quotidianamente para salvar a de outros. Claramente inferior aos três trabalhos anteriormente referidos, “O Guardião”, não deixa, mesmo assim, de satisfazer o cinéfilo menos exigente, aquele que entra na sala de cinema com poucas expectativas e à espera de um argumento pouco surpreendente.
Depois de perder a sua tripulação numa missão de salvamento, o lendário Ben Randall (Kevin Costner), é enviado para treinar o novo grupo de elite da guarda costeira. Perturbado com a perda dos membros da sua tripulação, Randall dedica-se exclusivamente ao programa, virando-o de cabeça para baixo com os seus métodos pouco ortodoxos e convencionais. Fischer, o seu mais dotado aluno, será o primeiro a verdadeiramente entender o lema de Randall: “Para que outros vivam!”.
Reciclando “clichés”, “The Guardian” peca pelo argumento pouco trabalhado, que transforma o seu forte final, num desfecho previsível, apesar de satisfatório. Com interpretações q.b de Costner e Kutcher, “O Guardião” conta com alguns momentos deliciosos, bem como com alguns diálogos valiosos, que conseguem disfarçar o já escondido objectivo principal do filme: mudar a opinião do público sobre Costner e Kutcher. O primeiro porque ninguém se esqueceu do flop que foi “Waterworld” e da sua teimosia em entrar em filmes de “amor-próprio”. Kutcher, por sua vez, é sinómino de rebeldia e espiríto MTV. Em “O Guardião”, tenta passar a imagem de homem maduro, responsável e de actor versátil. Se funcionou? O futuro o dirá.
A verdade é que “The Guardian” é melhor do que se estava à espera. Não porque o seu argumento não seja banal, ou a sua duração excessiva, mas porque na cadeira de realizador esteve um homem experiente, e que dificilmente falha na árdua tarefa que é a de requintar as suas obras com objectividade. Com mestria, recicla cada momento esperado pelo espectador de uma forma leve, aplicando uma estrutura circular, em que o fim explica e permite o início, e impondo a “O Guardião” uma moral quase mitológica. Insuficiente para ser relembrado no futuro, mas suficiente para justificar o preço do bilhete.
3 comentários:
Não é, de facto, imprescindível. Cumprimentos cara Helena.
Não é mesmo imprescindível, mas antes um filme despretensioso e modesto como este do que quase-nulidades espertalhonas como "A Dália Negra".
Pois, não vi ainda a Dália Negra mas parece um filme de opostos. Quanto a este, é como dizes, modesto.
Um abraço!
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