terça-feira, novembro 21, 2006

Ainda sobre "A Ciência dos Sonhos"

Pouca ciência, algum sonho, e muito sono
Por Filipa Lopes no Claquete


"Há já uns largos tempos que não via um filme tão mau. Não que considere este filme pior que outros que vi também recentemente, nomeadamente D.O.A. Guerreiras Mortais. Simplesmente este último não esconde aquilo que é. Adaptação de um jogo de vídeo, com um argumento risível, interpretações más, e principalmente, nenhumas pretensões de ser um grande filme. Ou seja: se vamos ver D.O.A. Guerreiras Mortais sabemos já de antemão que iremos ver um mau filme. E não nos sentimos defraudados. Tendo avançado esta pequena explicação, retomo o pensamento inicial: há já uns largos tempos que não via um filme tão mau.

A Ciência dos Sonhos é mau porque... não tem nada! É um vazio completo, ridículo muitas vezes. É um vazio onde o personagem principal (Stéphane, interpretado por Gael Garcia Bernal) se passeia, nunca sabendo bem o que é sonho ou realidade; nunca sabendo bem se sonha para fugir à realidade, se usa a realidade para fugir aos sonhos. Realidade e sonho confundem-se num só demasiadas vezes, sem uma destrinça que permita abarcar com clareza a narrativa do filme.

Um filme vazio é mau. Mas torna-se pior quando temos expectativas altas para esse filme. E é natural termos expectativas para um filme. Boas ou más, a realidade é que elas estão lá sempre. Para este filme, eu tinha expectativas bem altas. Para começar, tinha Michel Gondry, realizador de O Despertar da Mente - filme que adorei - e vários (e excelentes) videoclips de Björk (nomeadamente o meu preferido - o de Bachelorette). (...)

Com estas expectativas, o que correu mal? Começemos por Michel Gondry. Apostou demasiadamente num visual muito apoiado num visual de videoclip. Erro crasso. Aquilo que resulta num pequeno filme de 3, 4 ou mesmo 5 minutos não justifica que nisso se baseie uma longa metragem de 1h40. E é essa a impressão com que se fica. Gondry queria experimentar com um determinado visual, e inventou uma história sem pés nem cabeça para o poder fazer. (...)

É pena ver este desperdício de talento. Esperemos que, das duas uma. Ou Michel Gondry desenvolve extraordinariamente os seus dotes de argumentista, ou volta a utilizar material de terceiros (como de Charlie Kaufman para O Despertar da Mente). Não aguentava outro filme como este."

No blogue Claquete

12 comentários:

Unknown disse...

Nunca vi, mas ainda bem que avisas, assim já não perco tempo. ;-)

brain-mixer disse...

Aahh, mas a crítica não é tua... É de uma "Filipa Lopes".
Estás a ver se consegues tudo por tudo desanimar a malta que ainda não viu o filme!! Ehehehh
(Devias avisar no post que é uma crítica externa :P)

Carlos M. Reis disse...

Edgar, pus o texto todo a itálico e a referência no fim do post bem visível que é um artigo da Claquete. Pensei que tava claro, mas não seja por isso, já altero e coloco no ínicio. Um abraço.

Cruzeiro, segue o teu instinto :P

brain-mixer disse...

Está esclarecedor!
A fonte, não a qualidade da obra :P Esse factor tenho de o confirmar em pessoa ;)

Carlos M. Reis disse...

E cá espero pela tua opinião :)

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Um filme muitíssimo plástico.

Bom, começar a falar de um filme sob outra ótica na minha opnião já é um erro. Assisti o filme e o achei maravilhoso. Uma viaje surreal de um personagem esquizofrênico que lebra a estética expressionista. Talvez por não seguir a receita básica de um filme de sucesso em que o heroi é purificado, casa com a mocinha e tudo volta ao normal seja o fator determinante para que o achem um "mau" filme. Viva a massificação...

Anónimo disse...

so agora vi este filme,e por achar que pouca gente teria o sentido de humor e a sensibilidade necessaria para o perceber tive curiosidade de ver comentários e ~s exactamente aquilo q eu tava á espera q fossem, fico feliz por ter uma visão do mundo q m rodeia bem diferente da maioria de voces mas ao mmo tempo preocupada...

Anónimo disse...

so agora vi este filme,e por achar que pouca gente teria o sentido de humor e a sensibilidade necessaria para o perceber tive curiosidade de ver comentários e ~s exactamente aquilo q eu tava á espera q fossem, fico feliz por ter uma visão do mundo q m rodeia bem diferente da maioria de voces mas ao mmo tempo preocupada...

PUTO disse...

Seria umas simples história de amor? mas nada é simples em Gondry (ou será?). Uma meditação sobre a memória e as relações humanas? é apenas simples, e muitas vezes é o que é preciso...

Mau são os comentários dessa senhora que infelizmente não consegue sair da caixa que controla a su avida!

Alinear disse...

nossa achei o filme fantástico!!! bem bestinha a crítica!!!

Izabel disse...

Ótimo filme! Fico com o comentário do Anderson, pela qualidade do filme, e com o contra-comentário da Alinear sobre a resenha. "Bem bestinha a crítia hein", e principalmente, rasa (vazia!) "A Ciência dos Sonhos é mau porque... não tem nada! É um vazio completo, ridículo muitas vezes. É um vazio onde o personagem principal (Stéphane, interpretado por Gael Garcia Bernal) se passeia, nunca sabendo bem o que é sonho ou realidade; nunca sabendo bem se sonha para fugir à realidade, se usa a realidade para fugir aos sonhos. Realidade e sonho confundem-se num só demasiadas vezes, sem uma destrinça que permita abarcar com clareza a narrativa do filme.". Dentre outros trechos...

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