Para Alfie (Jude Law), a vida era uma epopeia machista sem grandes responsabilidades, mas muito prazer. Uma noite de cada vez, Alfie desfrutava desde viúvas ricas com gosto para homens mais novos (Susan Surandon), a jovens belas e rebeldes (Sienna Miller). Com todas na “palma da mão”, mas com um sentimento interior de fracasso na vida, Alfie começa a questionar-se se não deveria haver algo mais na sua vida do que estes repentinos romances. Mas poderá um “selvagem” abandonar os seus instintos? Valerá a pena a procura incessante por uma companhia melhor? A mulher perfeita existe?
Com uma realização exímia de Charles Shyer, acompanhada por uma das direcções fotográficas mais criativas, apelativas e eficazes dos últimos anos, “Alfie”, que podia ter sido o típico romance vazio e com densidade emocional a roçar a nulidade, acaba por ser uma das melhores obras “light” já feitas no género. Shyer contorna os percursos mais óbvios e previsíveis, tornando esta segunda edição de Alfie (a primeira, lançou Michael Caine para o estrelato nos anos 60) num filme saborosamente lúdico, maturo e, quem diria, original. A percepção da desilusão das ilusões de Alfie torna-se ainda mais fluida com a maravilhosa banda sonora que o acompanha, a cargo de Mick Jagger e, porque não, com o fantástico guarda-roupa “sixties” semi-actualizado para o novo milénio.
Alfie é um “one-man show” de Jude Law. Interpretar um playboy egocêntrico, individualista e presunçoso que vive sem compromissos e preocupações, ao contrário do que muitos podem pensar, não é fácil. Mas Law cumpre a missão, com cinismo e frivolidade, com a distância emocional que se recomendava. Melancólico mas festivo, Jude Law navega pelas deliciosamente arrogantes atmosferas do filme dialogando com o espectador, de frente para a câmara, criando uma empatia que ajuda a obra a triunfar na mensagem. Fugindo ao terrível final feliz, bem como aos clichés típicos do género, inovando e mudando o conceito da obra que lhe deu forma, “Alfie e as Mulheres” acaba por convencer o mais cínico defensor do filme de Caine, com o seu final introspectivamente moralista.
Alfie, o filme, é um envolvente retrato hedónico e solitário, aplicável também ao sexo feminino, que mostra a sobrevivência do amor numa sociedade contemporânea confusa e com problemas de compromisso. Um momento da vida de um homem que quer viver e aproveitar a vida ao máximo. “Mas o que é isso?” pergunta Alfie no final. Não sei. Não sabemos. A pergunta fica no ar… porque há um pouco de Alfie em todos nós. Aquele desespero silencioso que nunca desaparece.
Com uma realização exímia de Charles Shyer, acompanhada por uma das direcções fotográficas mais criativas, apelativas e eficazes dos últimos anos, “Alfie”, que podia ter sido o típico romance vazio e com densidade emocional a roçar a nulidade, acaba por ser uma das melhores obras “light” já feitas no género. Shyer contorna os percursos mais óbvios e previsíveis, tornando esta segunda edição de Alfie (a primeira, lançou Michael Caine para o estrelato nos anos 60) num filme saborosamente lúdico, maturo e, quem diria, original. A percepção da desilusão das ilusões de Alfie torna-se ainda mais fluida com a maravilhosa banda sonora que o acompanha, a cargo de Mick Jagger e, porque não, com o fantástico guarda-roupa “sixties” semi-actualizado para o novo milénio.
Alfie é um “one-man show” de Jude Law. Interpretar um playboy egocêntrico, individualista e presunçoso que vive sem compromissos e preocupações, ao contrário do que muitos podem pensar, não é fácil. Mas Law cumpre a missão, com cinismo e frivolidade, com a distância emocional que se recomendava. Melancólico mas festivo, Jude Law navega pelas deliciosamente arrogantes atmosferas do filme dialogando com o espectador, de frente para a câmara, criando uma empatia que ajuda a obra a triunfar na mensagem. Fugindo ao terrível final feliz, bem como aos clichés típicos do género, inovando e mudando o conceito da obra que lhe deu forma, “Alfie e as Mulheres” acaba por convencer o mais cínico defensor do filme de Caine, com o seu final introspectivamente moralista.
Alfie, o filme, é um envolvente retrato hedónico e solitário, aplicável também ao sexo feminino, que mostra a sobrevivência do amor numa sociedade contemporânea confusa e com problemas de compromisso. Um momento da vida de um homem que quer viver e aproveitar a vida ao máximo. “Mas o que é isso?” pergunta Alfie no final. Não sei. Não sabemos. A pergunta fica no ar… porque há um pouco de Alfie em todos nós. Aquele desespero silencioso que nunca desaparece.
9 comentários:
Eu vi em Alfie muitas ligações e pormenores que me deixaram de rastos e que passaram ao lado de muito boa gente certamente. Além disso fui apanhado totalmente de surpresa. Em Closer já esperava um grande filme, aqui não.
Além disso, adorei a direcção fotográfica do filme. A surpresa foi tanta que só merecia 5 estrelinhas. Por mais exageradas que pareçam :)
Já fui à FNAC do Colombo procurar o Alfie de Caine mas não havia. Lá tive que trazer o Amarcord de Federico F.
Beijinhos Helena.
Ah e já agora, o João Lopes (DN, Premiere etc...) que serviu de exemplo para alguém aquando de Borat por o ter deitado abaixo no 1º round, também serve agora para minha defesa: adorou este Alfie e defendeu-o com unhas e dentes na altura de estreia como pode ser confirmado no cinema2000. :)
Eu tb gostei do alfie mas concordo com a helena... mas lá está gostos são gostos! Feliz ano de 2007!
A confirmar um destes dias Helena :) Beijinhos.
Ricardo, um feliz 2007. Um abraço!
Não dava muito pelo filme, por isso fiquei surpreendido quando o vi, foi uma bela surpresa. Mas daí a elevá-lo a um 5/5... :P
HAHAHAHAHAHAHA!!!!!
Gonçalo, claro que Alfie é inferior a muitos 4's que por cá já passaram. Mas dou notas consoante os géneros, e dentro das obras light intimistas e sem grandes pretensões, Alfie encheu-me as medidas. E como disse, fiquei visualmente arrebatado com a direcção fotográfica de Alfie. Um abraço.
Anónimo, continue a passar por cá, a sério. Eu vou dando-lhe a atenção que não lhe dão aí por casa. Esteja descansado que não apago nada que não tenha palavreado ofensivo. Adoro dar atenção a quem precisa. Beijoquinhas.
Gosto da atitude: "sou superior a comentários desfavoráveis, mas aproveito para deixar um ou dois insultos velados".
Quanto às "beijoquinhas", guarda-as para o Jude Law aka Alfie quando um dia quiçá o encontrares pessoalmente, já que ele te encheu as medidas como nenhum outro.
Ok, estão guardados. Gostei de ver que até se dá ao trabalho de se registar no blogger para comunicar comigo. Aquele abraço, volte sempre.
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