Têm sido vários os bloggers cinéfilos a deixar o seu top ten de preferências entre 2000 e 2007, ao que decidi juntar-me à caravana e fazer o mesmo. Com uma pequena diferença: não incluo o ano de 2007, que ainda tem muito para dar, sigo as datas de lançamento internacional e arranjei maneira de não repetir realizadores (caso contrário, tanto Eastwood como Aranofsky iriam bisar). Assim sendo: (Continuação)
Quinto Lugar: Little Miss Sunshine (J. Dayton e Valerie Faris, USA, 2006)
Não querendo ser moralista, este “Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos” é um filme sobre a importância, a função e o valor da família. Um filme que observa uma família excêntrica e aparentemente improvável, mas que revela ter muito de normal. Integrados na cultura americana do sucesso, sofrendo a pressão do seus próprios insucessos, os Hoover vivem à beira da implosão como família, chocam, discutem, detestam-se, mas acabam por encontrar uns nos outros, o apoio para lidar com a incerteza da vida. Um filme que oscila céleramente entre a comédia e o drama, entre o riso e as lágrimas.
Quarto Lugar: Sweet November (Pat O'Connor, USA, 2001)
Desde que comecei este blogue, que esperei pelo momento certo para escrever esta minha opinião sobre “Sweet November”. As razões foram várias, desde a falta de um consenso comum que o filme provoca, suscitando mais ódios que amores no público em geral, até ao saber que por mais e melhor que escrevesse, nunca iria retratar fielmente o que sinto por esta obra cinematográfica. Porque nenhuma fita além desta – e duvido que apareça mais alguma no futuro – tocou-me tão fundo mas ao mesmo tempo tão gentilmente na minha personalidade. É um filme mediano? Sim. Mas foi até hoje, o único que me fez chorar uma noite inteira. É aquela empatia que não se explica.
Terceiro Lugar: Kill Bill Vol.1 (Quentin Tarantino, USA, 2003)
Citando Manuel Cintra Ferreira do Expresso, "(...) em Kill Bill, tudo forma uma espécie de «pot-pour-ri» de géneros populares, recriados e unidos com mão de mestre (...) Um prazer para todos os que amam o cinema.". Enough said.
Segundo Lugar: 25th Hour (Spike Lee, USA, 2002)
O crime é um facto, o flagrante não deixou margem para dúvidas, a cela é inevitável e a revolta não se disfarça. Brogan está perdido em Nova Iorque tal como Nova Iorque se perdeu nela própria depois da queda das torres gémeas e é a partir do subtil cruzamento entre o homem e a cidade que Spike Lee nos oferece um poema em filme sobre o pós-11 de Setembro, captando nos dois esse misto de raiva e tristeza que é a consciência de uma perda irreparável. Para o Homem condenado como para a cidade de coração partido, o futuro é tão cinzento como o ground zero que se vê do outro lado da janela quando os dois amigos de Brogan se interrogam sobre o que está para vir.
Primeiro Lugar: Requiem for a Dream (Darren Aronofsky, USA, 2000)
Sem moralismos, “Requiem for a Dream” pura e simplesmente mostra o percurso triste, mas real, de várias personagens ligadas, de um modo ou de outro, a um vicío, de uma forma muitas vezes chocante e até mesmo sádica, que nos provoca um nó na garganta. Cada personagem acarreta uma mensagem consigo, mensagem essa que variará consoante os nossos sentidos e vivências. “A Vida Não É Um Sonho” deixa, de uma forma despreocupada, o espectador navegar e simplesmente tomar conhecimento de factos reais, em que à medida que o vício vai ganhando força, o descalabro emocional e fisíco aumenta em cada uma das personagens. Um filme extremamente sensorial, que nos leva ao limite, obrigatório para qualquer amante da vida humana. E porque a excelência não é um acto mas sim um hábito, ainda fomos presenteados recentemente por Aronofsky com um soberbo "The Fountain".
Quinto Lugar: Little Miss Sunshine (J. Dayton e Valerie Faris, USA, 2006)
Não querendo ser moralista, este “Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos” é um filme sobre a importância, a função e o valor da família. Um filme que observa uma família excêntrica e aparentemente improvável, mas que revela ter muito de normal. Integrados na cultura americana do sucesso, sofrendo a pressão do seus próprios insucessos, os Hoover vivem à beira da implosão como família, chocam, discutem, detestam-se, mas acabam por encontrar uns nos outros, o apoio para lidar com a incerteza da vida. Um filme que oscila céleramente entre a comédia e o drama, entre o riso e as lágrimas.
Quarto Lugar: Sweet November (Pat O'Connor, USA, 2001)
Desde que comecei este blogue, que esperei pelo momento certo para escrever esta minha opinião sobre “Sweet November”. As razões foram várias, desde a falta de um consenso comum que o filme provoca, suscitando mais ódios que amores no público em geral, até ao saber que por mais e melhor que escrevesse, nunca iria retratar fielmente o que sinto por esta obra cinematográfica. Porque nenhuma fita além desta – e duvido que apareça mais alguma no futuro – tocou-me tão fundo mas ao mesmo tempo tão gentilmente na minha personalidade. É um filme mediano? Sim. Mas foi até hoje, o único que me fez chorar uma noite inteira. É aquela empatia que não se explica.
Terceiro Lugar: Kill Bill Vol.1 (Quentin Tarantino, USA, 2003)
Citando Manuel Cintra Ferreira do Expresso, "(...) em Kill Bill, tudo forma uma espécie de «pot-pour-ri» de géneros populares, recriados e unidos com mão de mestre (...) Um prazer para todos os que amam o cinema.". Enough said.
Segundo Lugar: 25th Hour (Spike Lee, USA, 2002)
O crime é um facto, o flagrante não deixou margem para dúvidas, a cela é inevitável e a revolta não se disfarça. Brogan está perdido em Nova Iorque tal como Nova Iorque se perdeu nela própria depois da queda das torres gémeas e é a partir do subtil cruzamento entre o homem e a cidade que Spike Lee nos oferece um poema em filme sobre o pós-11 de Setembro, captando nos dois esse misto de raiva e tristeza que é a consciência de uma perda irreparável. Para o Homem condenado como para a cidade de coração partido, o futuro é tão cinzento como o ground zero que se vê do outro lado da janela quando os dois amigos de Brogan se interrogam sobre o que está para vir.
Primeiro Lugar: Requiem for a Dream (Darren Aronofsky, USA, 2000)
Sem moralismos, “Requiem for a Dream” pura e simplesmente mostra o percurso triste, mas real, de várias personagens ligadas, de um modo ou de outro, a um vicío, de uma forma muitas vezes chocante e até mesmo sádica, que nos provoca um nó na garganta. Cada personagem acarreta uma mensagem consigo, mensagem essa que variará consoante os nossos sentidos e vivências. “A Vida Não É Um Sonho” deixa, de uma forma despreocupada, o espectador navegar e simplesmente tomar conhecimento de factos reais, em que à medida que o vício vai ganhando força, o descalabro emocional e fisíco aumenta em cada uma das personagens. Um filme extremamente sensorial, que nos leva ao limite, obrigatório para qualquer amante da vida humana. E porque a excelência não é um acto mas sim um hábito, ainda fomos presenteados recentemente por Aronofsky com um soberbo "The Fountain".
15 comentários:
Isto dos gostos é mesmo assim. Realmente há um ou dois filmes na tua lista que acho extraordinários e outros que nunca me lembraria de meter um top 10 seja do que for. É exemplo disso o Kill Bill, que não é de todo o suprasumo da batata que toda a gente pinta, ou mesmo o Sweet November (devias tar a ressacar do "amor"). Mas lá está, gostos é mesmo assim. Tu não meteste nada de BD, eu meteria como bem sabes!
Não sei se iriam para o meu Top 10 pois não me recordo de todos os filmes que vi neste período, mas são todos sem excepção excelentes filmes. Vi hoje, por fim, o Little Miss Sunshine e é sem dúvida um filme brilhante.
Ricardo, daí ter piada ver os tops de cada um, para perceber até um pouco mais dessa pessoa. Obrigado pelo testemunho :) Um abraço.
André, o melhor de 2006, a meu ver. Um abraço!
Mais uma vez uma lista nada convencional. E não há nada melhor do que isso. Numa perspectiva bastante pessoal, é sempre aprazível observar um Aronofsky num top.
Abraços Knoxville ;)
Então e o "Mulholland Drive", e o "Disponível para Amar", o "Amor Cão",o "Caché" (Haneke)... e tantos outro? Bom, é a tua lista pessoal e isto é como nos Óscares: nunca lá estão aqueles por que torcemos mais.
Abraço,
Bracken
"começei"? Deus...
Carlos, um forte abraço!
Bracken, não sou fã de Lynch, e é por isso que isto é uma lista pessoal. Não ponho os melhores, ponho os que mais gostei :) Um abraço!
Tem toda a razão Piton. Peço desculpa pelo erro infantil. É sem dúvida caso para mencionar Deus... Cumprimentos.
Uma lista com alguns belos filmes, sem dúvida. E o mais interessante destas listas é, sem dúvida, ficar a conhecer o gosto pessoal de cada um.
Excelente primeiro lugar (Aronofsky = GÉNIO), apesar de, ainda assim, ter preferido o The Fountain a este Requiem. Mas é complicado comparar estas duas obras... estão em extremos completamente diferentes.
Eu, tal como disse no prólogo, se repetisse realizadores, tanto The Fountain como Requiem estariam na lista. No entanto, a escolher um, não tenho dúvidas em escolher Requiem. Passados 2 ou 3 anos do seu visionamento, continuo com a banda sonora e mil e uma imagens na cabeça. Brilhante.
Um abraço Gonçalo, obrigado pela visita!
pois eu, escrevendo aqui pela 1a vez deixo os dez melhores filmes desta decada para mim, sem ordem particular: oldboy, kill bill vol 1 e 2, triologia senhor dos aneis, cidade de Deus, ocean´s eleven, 25th hour, sideways, closer, history of violence, the incredibles. abraço luis figueiredo
São todos excelentes obras, caro Luís. Apenas não vi Sideways, e considero History of Violence algo sobrevalorizado, apesar do seu valor inegável.
Os melhores cumprimentos, obrigado pelo testemunho.
Requiem for a dream é poderosíssimo também um dos filmes da minha vida.
O nosso e o de muita gente certamente. Não é fácil de esquecer. Um abraço _loot_!
Falta aí o Before Sunset, do Linklater, que para mim não é apenas (junto com o Before Sunrise, de 1995) o melhor filme desta década até agora: é o melhor filme da história!
Abraços Knox, continua o bom trabalho porque eu tou a gostar! ;)
Só vi o Before Sunrise (que adorei). O Before Sunset ainda aguarda que lhe ponha as mãos em cima!
Um abraço Pneu, obrigado ;)
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