sexta-feira, junho 29, 2007

Live Free or Die Hard (2007)

Quase 20 anos depois da primeira aventura, John McClane (Bruce Willis) permanece sozinho, divorciado, careca, sarcástico e rezingão. Numa espécie de semi-reforma, onde a sua principal preocupação é controlar os namorados da filha, McClane vai estar – mais uma vez – "na hora errada no sítio errado", vendo-se envolvido de um momento para o outro num ataque terrorista cibernético (liderado por Timothy Oliphant) que "congela" toda a infra-estrutura informática dos Estados Unidos, levando o país ao caos e à desordem total. Como se não bastasse, a sua filha (Mary Winstead) acaba por ser embrulhada na situação.

John McClane é uma daquelas poucas personagens intemporais intimamente ligadas a quem o representa. McClane é e só pode ser Willis, num "one-man-show" que revolucionou a indústria e o género, de uma forma única, onde o estilo descontraído e saudavelmente caótico de Bruce acaba por levar a narrativa e a acção às costas, e onde ver McClane, por pior que seja a "storyline" é puro deleite cinematográfico. É o gosto pela "velha escola", e a confirmação que o velho relógio analógico ainda bate o digital. Porque qualquer uma daquelas mordazes punchlines de McClane bate por larga vantagem qualquer esforço terrorista e tecnológico dos vilões.

Assim, é com orgulho que senti no final da sessão que o espiríto "Die Hard", ao contrário do que temia, permaneceu intacto em "Live Free or Die Hard". Tal como disse à uns meses atrás, "Die Hard" é muito mais do que pura acção e adrenalina. É classe e um humor inconfundível, é o drama assentar no estilo único e carismático de John McClane. É contar com esse dom para se destinguir do banal filme de acção. E meus amigos, ou "Die Hard" é "O" blockbuster de acção do Verão, ou vamos ter um Verão absolutamente excepcional.

Com uma realização frenética de Len Wiseman, Willis é colocado no meio de um tiroteio com menos de dez minutos de fita. Com o ambiente e contexto extremamente hiperbolizados, é nesse momento que percebemos que vamos ser presenteados com doses mega de entretenimento, onde as clássicas cenas de acção irão ser tão complexas, como eficazes. Com uma faceta crítica em relação à dependência global tecnológica vigente, bem como à ineficácia recente de resposta a situações de crise do Governo Norte-Americano, “Live Free or Die Hard” não é suficientemente chocante para reinventar – como o primeiro – o género, mas suficientemente exagerado e divertido para justificar o investimento feito, o risco corrido e, porque não, um novo capítulo.

Uma palavra de apreço ainda para Justin Long, que foi um adjuvante à altura de McClane, bem como para Maggie Q, uma gélida e sumptuosa vilã, com queda para o Kung-Fu. Já Timothy Olyphant (o futuro “Hitman”) acaba por parecer um chouriço com falta de picante, quando comparado com os predecessores Alan Rickman e Jeremy Irons. Diga-se, em abono da verdade, que a herança era pesada e que, McClane, como herói histericamente aclamado desde meados dos anos 90, ofuscaria qualquer “novato” que o confrontasse. Ainda por cima, quando em mais de duas horas de acção, McClane é a personificação cinematográfica do Coyote de “Road Runner”.

25 comentários:

Gonçalo Trindade disse...

Realmente, tenho ouvido coisas muito boas em relação a este filme, e a tua crítica abriu-me ainda mais o apetite. Parece-me ser um filme que consegue manter o espírito do original... raios, tenho de ver isto!

Abraço, Knox!

Carlos M. Reis disse...

Sim Gonçalo, o filme tem sido bem aceite em todos os quadrantes. Tanto a crítica, com os die hard "Die Hard fans" aplaudiram, na sua maioria. Juntou a acção de hoje, com muitos efeitos especiais, com o espiríto de McClane. E bastava esse espiríto para o resultado ser satisfatório :)

Um forte abraço Gonçalo!

Proud Bookaholic Girl disse...

Nunca perderia o regresso de John McClane!!! Ainda bem que o espírito de Die Hard continua neste filme! Ainda se torna mais imperdível, se é que é possível! ;)

Anónimo disse...

Ainda n vi nada deste filme e tenciono não ver, para ir... "imaculado" para a sala de cinema. De qualquer forma as tuas analogias continuam divinas!

Um grande abraço e "Yeppiie Kay Ei Motherfucker"!

Anónimo disse...

Acabei agora de ver o filme e realmente, o "velho" Mclaine ainda está pras curvas e muito mais. Adorei a cena do "Yippie-kay-yay motherfucker". Acho k dos 4 filmes, foi a melhor. Cheia de simbolismo!... Para quem não está familiarizado com a saga Die Hard, fica satisfeito, ams se calhar é apenas mais um filme de acção. Para mim, ler certas cenas nas entrelinhas foi... Ui... Excelente mesmo... 1abraço knox

Bracken disse...

Permanece careca?! O gajo tinha uma cabeleira minimamente farta nos três filmes...
Abraço

inêsgens disse...

Ainda não vi o Die Hard mas tenho ouvido coisas boas. :)
No entanto, vi hoje o Transformers e, apesar do heroísmo e da americanada em que os filmes do Michael Bay inevitavelmente acabam por descambar, é um sério candidato a grande blockbuster!
É delicioso ver os robots de novo e ouvir os discursos do Optimus Prime.

Beijinho, Knox

Sub_Solidsnake disse...

"É o gosto pela "velha escola", e a confirmação que o velho relógio analógico ainda bate o digital."

Há uma frase parecida no filme. =P

Este filme tá mesmo brutal.

Agr uma curiosidade... É impressão minha ou o único palavrão que se ouviu durante o filme todo foi o "Yippie-ki-yay, motherfucker" ??

Será q vêm ai um edição unrated (e extended) ? =D

Abraço

P.S: Já vi o Bobby Deerfield ;)

Carlos M. Reis disse...

Acho que qualquer fã de Die Hard não perderia este regresso por nada. Sortudos aqueles que não o conhecem e ainda têm mais três filmes para verem e apreciarem pela primeira vez ;) Um abraço Aisling.

Ricardo, eu também fui imaculado, sem saber que era o vilão, sem ver aqueles 10 minutos de filme que andaram por aí a circular e tudo o resto. E arrependi-me de ter visto o trailer, pois mostra muitas das cenas de acção principais. Um abraço Ricardo.

Filipe, compete de igual para igual com a do primeiro filme, sendo que esta foi a que teve mais importância no desenrolar da história :) Genial ;P Um abraço!

Bracken, pronto, antes era semi-careca, tens razão ;) Um abraço!

Inêsgens, ainda não ganhei vontade nem expectativa para ir ver Transformers quando estrear. Talvez só mesmo pela Megan Fox, que tão bonita era no "Hope & Faith", que falei à tempos. Beijinhos :)

Solidsnake, daí a ter usado :P Então e o que achaste do Deerfield? Vale a pena arranjar? :) Um abraço!

Anónimo disse...

Muita pirotécnia... Mas anyway, John McClane é John McClane e o seu humor e classe salvam o filme de ser só mais um espectáculo de "explodir carros"...
Afinal é um daqueles personagens imortais do Cinema, e como disse na minha crítica, é o tipo a quem Jack Bauer reza todas as noites LOL :P

Anónimo disse...

Por falar em trailer, já repararam que a cena "Yippie-ki-yay, motherfucker" do trailer é diferente do do filme? =D

Sub_Solidsnake disse...

Knoxville... Olha para já não estou habituado a ver o Al Pacino num romance e ainda por cima tão novo... lol... Mas o filme até está engraçadito. Olha acho q tá agr na dvdgo a 6 euros, metade d q eu paguei :S

filipe... sim, também tinha reparado nisso, dai ter perguntado isto:

"Será q vêm ai um edição unrated (e extended) ? =D"

Abraços

Schwarz disse...

Depois de todas as críticas e opiniões que tenho lido tenho mesmo de ir ver o filme. É só deixar passar a fúria e escolher uma sessão de hora de almoço para o ir ver!

Anónimo disse...

Sub_Solidsnake... ah pensei que te estas a referir apenas aos palavrões =P

1abraço

Anónimo disse...

5/5??? Ok, o filme é melhor do que esperava, mas não traz nada de novo e tecnicamente é apenas competente. Mas pronto, é melhor não contradizer um fã (ou fanático?) :P

Carlos M. Reis disse...

RJ, é curioso que menciones Bauer. Durante o filme pus-me a pensar num filmezinho que envolvesse as duas personagens, numa espécie de Alien vs Predator, neste caso, McClane vs Bauer. Impraticável :P Um abraço.

Filipe, não reparei, mas deixa lá ir ver isso ;) Um abraço.

Solidsnake, we wish so :) Um abraço!

Zarolho, eu trocava a sessão do almoço por uma das 21, mas são gostos :) Cumprimentos.

Gonn1000, parece "dumb" mas tenho que concordar com o que dizes. De qualquer das formas, demasiado fanático (tal como com Rocky), para não lhe dar a nota máxima ;) Um abraço!

brain-mixer disse...

Knox, eu desde finais da década de 90' que espero um Martin Riggs em parceria com o MacClane ;) Esse sim, dois maníacos juntos para a pancada!

Francisco Mendes disse...

Grande Matateh,
finalmente vi o filme, mas pelo respeito que tenho por ti, peço-te desculpa por não ter gostado mesmo nada. Sou um enorme fã do original, mas as saudades que este saldou são mínimas. Enfim... opiniões...

Abraço!

Carlos M. Reis disse...

Ui, essa era outra dupla explosiva, caro Edgar ;P Um abraço.

Enorme Katateh, não tens que pedir desculpas. Percebo claramente o que afirmas. Um grande abraço, tudo de bom!

Anónimo disse...

mclane agarrado a cauda de avião a jacto!?mas k raio?!desde do 1 adoro o sarcasmo e as deixas fantasticas de mclane mas agarrado a cauda de um avião a jacto! meus senhores...

Carlos M. Reis disse...

Joaquim ;) Cumprimentos!

Anónimo disse...

sinceramente n achei nada de especial...

Carlos M. Reis disse...

É essa a beleza do cinema ;)

Anónimo disse...

Len Wiseman é um amnipulador de espectaculos visuais, olha o que ele fez com Underworld, um dos meus guilty pleasure. Quanto a Die Hard 4.0 satisfaz, ams pouco, assim dizendo, porque o filme utiliza bastantes efeitos especiais para criar cenas infelizmente irreais. Mas é de louvar que tenha ainda alguns e bons stunts

Carlos M. Reis disse...

Cinematograficamente falaste bem ;) Cumprimentos!

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