O petróleo movimenta rios de dinheiro. Dinheiro esse que estimula e instiga as mais variadas formas de corrupção entre todos os quadrantes do negócio. Dos políticos aos espiões, ninguém está imune. E quando num país do Golfo, um príncipe quer pôr termo às ligações privilegiadas com os Estados Unidos da América na venda de pretóleo, os interesses norte-americanos falam mais alto e Bob Barnes (Clooney), um agente do CIA à beira da reforma - como sempre - é chamado para uma última missão, que visa garantir o assassinato do chefe do principado.
Apesar da premissa interessante, mesmo que pouco original em termos de intriga conspiratória, e da realização pouco ortodoxa de Stephen Gaghan, o argumentista de "Traffic", quase todos os aspectos que tocam na relação com o espectador falham rotundamente em "Syriana". Se a fotografia deslumbrante parece indicar o contrário, a forma confusa e pouco convicente como a narrativa é filmada e tratada confirmam os receios iniciais que os primeiros minutos aparentam: uma obra que devia ter um impacto profundo de condenação da política norte-americana sobre o petróleo, acaba por ser tornar num desfile semi-monótono da câmara de Gaghan.
Faltou significado e faltou impacto à narrativa densa e, por vezes, confusa de Robert Baer, adaptada para o cinema por Gaghan. Mesmo os mais fanáticos do filme admitem que a ligação entre as diferentes histórias e personagens ficou longe da perfeição. No entanto, o complexo artístico da maioria defende que "talvez fosse esse o objectivo". A verdade, só o realizador óscarizado a saberá: terá sido um rasgo de lavor primoroso, ou incapacidade para ostentar uma melhor articulação?
8 comentários:
Também achei a história muito complexa e com demasiados detalhes, e depois sempre com a alternância das diversas situações e personagens, torna-se muito dificil de acompanhar.
Já agora, George Clooney mereceu o óscar?
Abraços Knoxville ;)
Merecia mais pela realização de Good Night and Good Luck do que pelo que ganhou a Jake Gyllenhaal e ao William Hurt. De qualquer das formas, está longe de ser das vitórias mais polémicas dos últimos anos ;)
Um grande abraço!
so uma coisa...stephen gaghan...tava na ideia que quem tinha realizado o traffic tinha sido o steven sodherberg
Queria dizer o "mesmo argumentista" de Traffic. Irei corrigir ;) Cumprimentos!
Gostei moderadamente, é de facto muito longo, cerebral e confuso, não é filme para ver em qualquer dia. Curiosamente vi-o duas vezes no cinema, embora da segunda fosse sem estar à espera.
Talvez a segunda vez tenha sido mais fácil que a primeira, pois já estavas preparado para o esquema de Gaghan. Eu cá "desgostei moderadamente" ;)
Cumprimentos Gonçalo!
Obrigado pela dica, pois tenho o filme mas ainda não tive tempo para o ver, assim vou outros que para ver e deixo este para depois.
Um Abraço
;) Atenção que gostos são gostos. Há quem tenha gostado muito. Um abraço!
Enviar um comentário