segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Jon Stewart não chega para tanta miséria...


Algumas piadas de Jon Stewart ("E o filho vai para... Angelina Jolie!" ou "Normalmente, quando um negro ou uma mulher são presidentes, um asteróide está prestes a embater contra a Estátua da Liberdade"), o óscar e consequente discurso de Melhor Canção para "Falling Slowly", a internacionalização dos galardoados - nenhum dos quatro vencedores nas categorias de representação é norte-americano - e a emoção desmedida de Diablo Cody e Marion Cottilard, justíssimas vitoriosas e que gozam de um potencial enorme para voltarem ao Kodak Theatre num futuro próximo.

Estes foram, em suma, os momentos para mais tarde recordar de uma cerimónia que prometia ser memorável - ou não fosse a octogésima e o ínicio de uma nova era pós-greve - mas que acabou por se tornar num aborrecimento pesado, com discursos de circunstância insonsos - até deu vontade de retirar todos os que foram entregues aos paspalhões em palco dos irmãos Coen - e imaginação que se resumiu a relembrar os melhores momentos da história deste culto, quase religioso para milhões de cinéfilos, que é o último Domingo de cada Fevereiro, ano após ano. Não fossem alguns momentos deliciosos de John Stewart, e a festa de ontem teria sido um desastre absoluto.

De resto, salva-se a consagração esperada dos gigantescos Javier Bardem e Daniel Day-Lewis. Já Tilda Swinton foi uma jogada inesperada que nem a própria percebeu bem. Deixar Amy Ryan e Cate Blanchett, na mesma categoria, de mãos a abanar foi apenas uma das parvoíces da noite. Como sempre, lá fica um "para o ano há mais" no ar. Esperemos que com mais alegria e energia. É que este ano, até a TVI tratou como deve ser a transmissão televisiva. Ai, como tudo poderia ter sido diferente se... Michael Moore tivesse subido ao palco!

E vocês, o que acharam?

18 comentários:

Anónimo disse...

Este ano confesso que não vi a cerimónia da entrega dos Oscares. De qualquer maneira, e como estava há espera, não tive grandes surpresas quando soube hoje de manhã quais foram vencedores.

O Oscar para Daniel Day-Lewis já estava mais que garantido, embora ache que o Viggo também o merecesse.

Os resultados que eu não estava nada à espera foram a Marion Cotillard para melhor actriz principal e os Transformers pelo facto de não terem ganho rigorosamente nada em termos técnicos (pelo menos em termos de efeitos especiais devia ter ganho...).

Viste a reacção da Cate Blanchett quando a Marion Cottilard ganhou? Para mim, fica a dúvida... ficou mesmo contente ou a vontade de ela própria ganhar era tanta que se "antecipou"? hehehehe

Carlos M. Reis disse...

Reparei na reacção e foi totalmente exagerada. Ninguém fica assim tão contente pela vitória de uma adversária. Mas por outro lado vê-se que ela só dá aquele "salto" depois de ouvir "Marion", o que acaba por deixar a dúvida. Será que pensou que era ela. Enfim, nunca se saberá. No entanto, Marion é uma vencedora justissíma.

Quanto às categorias técnicas, são categorias que envolvem um conhecimento bastante especifico dos métodos e das técnicas usadas. Mesmo que o resultado final de Transformers possa ter sido bem mais apelativo, talvez o de Golden Compass tenha sido mais trabalhoso e mais árduo. Não sei, não faço a menor ideia. É daquelas coisas que não se vêm, não é como a representação de um actor.

Um forte abraço ;)

Tiago Ribeiro disse...

Realmente o melhor da madrugada foi mesmo o Jon Stewart. Mas rir-me do saco plástico que a Tilda Swinton vestiu também não foi mau. De resto concordo plenamente com a opinião sobre os dois merdosos discursos dos Coen.

Quanto aos awards propriamente ditos, gostei de ver a Marion Cottilard (apesar de não ter visto o La Vie en Rose) e o Javier Barden a raparem aquela merda aos americanos. Fiquei desiludido porque acho que o Atonement merecia muito mais. Apesar de ter adorado o Juno e gostar muito de stripers, acho que o argumento original devia ter ido para Lars and the Real Girl. Surpresa no Ultimatum (que não vi) porque pensava que ia tudo para o Transformers. E por último, que ideia foi aquela de por 3 música do Enchanted? Foi mesmo para encher chouriço não foi? Que saudades das músicas disneyescas do Rei Leão e do Aladino.

E já agora... para quando um Óscar aqui pra gente? É que ir a concurso com os filmes do Manoel de Oliveira não vamos lá. Será que vou ser eu o primeiro português a ser nomeado para melhor filme estrangeiro?


Grande Abraço

Anónimo disse...

Por acaso não tenho a mesma opinião acerca do discurso dos irmãos Coen. O do mais alto foi realmente chato, o do pequeno foi excelente ou seja não disse nada senão obrigado, o que vai dar praticamente ao mesmo que todos os outros discursos de vencedores, mas estes são extensos e chatos onde agradecem à família, aos amigos, a Deus. Discurso diferente foi por exemplo o Daniel D Lewis nos globos de ouro, que foi genuinamente emotivo.

Carlos M. Reis disse...

Criminoso, realmente nem me lembrei do saco da Tilda Swinton (fica bem a condizer com aquela cara laroca... not!). Já os Coen e as suas reacções emotivas (nott!) e os seus discursos originais (nott!!!!) deram uma vontade de colocar a personagem do Bardem atrás deles numa curta-metragem qualquer.

O Lars and the Real Girl nem conhecia até ontem. Portanto não faço ideia se será bom ou não. A ver se o descubro um destes dias. As três músicas do Enchanted (com tanta musiquinha jeitosa em Into the Wild) é a prova que algo vai mal no reino da Óscarlândia.

Óscar para a malta? Só se os espanhóis nos conquistarem um dia destes... Mesmo que façamos um grande filme, com grandes representações, elas acabam por não chegar onde interessa, que é aos olhos dos membros da academia (tá-se mesmo a ver o Travolta e o Spielberg a verem um filme português). Portanto... contamos contigo :P Um grande abraço.

Anónimo, para isso fazemos então conferências de imprensa para anunciar os vencedores ;) Saudades do Scorsese... ;D Cumprimentos.

Cataclismo Cerebral disse...

Pois eu acho que a Tilda foi uma justíssima vencedora. Pois, ela não é bonita mas confesso que é uma actriz que acompanho há vários anos e, para além do seu talento, admiro a sua simplicidade e honestidade. Foi uma boa surpresa! Quanto a Marion, ainda não vi o filme dela, mas das imagens que já assisti pareceu-me que ela fez um boneco. Espero estar enganado... :s Achei a cerimónia algo fraca.

Abraço

Carlos M. Reis disse...

Atenção Cataclismo, não digo que a Tilda não é uma justa vencedora porcausa da sua beleza ou talento. Digo-o porque se compararmos a sua prestação em Michael Clayton e a de Amy Ryan, principalmente, em Gone Baby Gone, a de Ryan é de longe mais portentosa e asquerosa. Pelo menos na minha opinião. Um abraço!

Anónimo disse...

Sinceramente, ficar acordado a noite inteira para ver uma cerimónia que é, ainda por cima, transmitida pela TVI, não é para mim... Caso o tivesse feito, agora o sono era tanto que nem conseguia escrever.
Quanto aos discursos dos Coen não sei, mas pelos bocados da cerimónia que já vi, pareceu-me que lhes faltou um pouco de energia, e inspiração (o que normalmente não acontece).

Quanto às apostas, bem, o ano passado acertei em todas as categorias, este ano nem por isso, mas prefiro congratular-me por ter sido o único a avançar com o nome do Johnny Depp, a ter sido o único a acertar! Alguém tinha de contrariar os seguidores do Day-Lewis, caramba :P
A prestação do último é óptima, mas prefiro a do Johnny e do Viggo.

Enfim, agora o meu desejo é realmente ver o "No Country For Old Men".

Grande abraço, Knox!

Joana disse...

BEM!! So me ocorre enfadonho!!! Nao ouve um unico momento memoravel, nem nos vencedores,nem nos discursos,nem no alinhamento da cerimonia!! E no entanto a 80ª entrega dos oscares vai ficar para a historia por todos os oscares de representaçao terem vindo para a europa!!!Mas..nao poderia ter sido de outra forma!! Gostei de ver Javier Bardem agradecer quase na totalidade em espanhol!! Se isto continua assim a organizaçao vai ter que por traduçao simultanea no kodak theater!! hihihihi Junto-me a ti knoxville e tiro o meu chapeu a TVI este ano!! Até me eu uma certa pena ouvi-los tao contidos!! A fazerem um esforço notavel para se calarem sempre que alguem no palco falava!! Parabens Tendinha!!Vais ter muito tempo para comentar hoje!!! Agora...ouve uma coisa que me incomodou e nao sei exactamente porque.. as escolhas para os actores que entregaram os oscares...tirando os vencedores do ano passado que ja sao da praxe..catherin Heigl!?Patrick Dempsey?!Jonah Hill e seth Rogen?!Jessica Alba e cameron diaz?!Miley Cyrus!?Jennifer Garner!?Renee Zellweger!? Até Nicole Kidman e Hillary Swank...Entre estreantes e actores que nao fazem um filme decente há anos...nao me parece que tenha havido equilibrio, nem um proposito ou motivo para algumas escolhas..será que ha quem recuse apresentar oscares e estes tenham sido segundas escolhas!? espero que sim! Porque de contrario...fica evidente porque que os oscares este ano vieram para a europa!!

Ana disse...

A reacção "over the top" da Cate Blanchett compreende-se perfeitamente, pois ela mencionou a performance fabulosa da Marion (a Cate e muitos outros) numa entrevista, e mais: já tinha visto fotos dos SAG Awards em que estavam as duas a falar -- a Cate contentíssima a agarrar as mãos da Marion, com o maior sorriso à face da terra, e outras com a Marion a sentir a barriga da Cate (esta que está gravida).

Portanto, a mim não me surpreendeu muito, creio que a Cate simplesmente adora-a, e com todos os motivos. Realmente, a Marion é qualquer coisa!

Anónimo disse...

Foi de facto enfadonho!! Estava à espera de uma cerimónia como a do ano passado.

Como estou mesmo com pressa não vou deixar nada sobre os vencedores (ou não). Deixo isso para mais logo lá no blog... só isto: grande parte deles eram óbvios e/ou merecidos e poucas GRANDES surpresas lol

Abraço

À sombra da bananeira disse...

Eu não vou comentar a cerimónia porque ficaria aqui a dar tiros nos pés. Farto-me sempre de falar mal mas depois lá fico sempre a ver. De qualquer maneira Jon Stewart é já, na minha opinião, o melhor anfitrião desde os tenpos de Billy Crystal.

Quanto aos prémios atribuídos não me parece que possamos falar de injustiças. Tenho pena que não tenha ganho o meu filme preferido (There Will Be Blood), mas assim que vi o filme tive a certeza que não ganharia... areia a mais para uma camioneta americana ;) No entanto, No Country For Old Men é um um filme extraordinário e foi também um justo vencedor.

Os prémios de interpretação parecem-me justíssimos. Daniel Day-Lewis e Javier Bardem inquestionáveis... mais questionável será: se Bardem é secundário quem era o principal? [bananeira dá voltas ao miolo]. Mas assim ficou resolvido o problema bicudo de não ter de se escolher entre os dois ;)

Gostaria que o óscar de melhor actriz tivesse ido para Ellen Page porque era uma excelente oportunidade de se premiar um tipo de papel que, quanto a mim, é sempre muito subvalorizado. No entanto ficou muito bem entregue a Marion Cottilard e (racionalizando)talvez tenha sido mesmo a escolha mais justa.

Tilda Swinton era a minha preferida na categoria de actriz secundária e o prémio foi, quanto a mim, merecidíssimo. São notáveis a forma como encarna a dinâmica da personagem ao longo do filme e a contenção que consegue imprimir a uma personagem que funciona em modo de panela de pressão. Só a cena final fazia com que merecesse o prémio.

Prémio de direcção artística justíssimo para Sweeney Todd (embora estivesse convencida que aqui iriam dar o prémio a There Will Be Blood).

Quantos aos argumentos, justo o reconhecimento de Juno... (já agora o trapito da Diablo, era algo inenarrável :p). A única alternativa válida teria sido Michael Clayton.

Quanto ao argumento adaptado, penso que P.T. Anderson terá saído injustiçado relativamente aos Coen, não tanto pelo produto final mas pelo processo em si. P.T. Anderson não adaptou, partiu de uma ideia e construiu quase tudo... ainda por cima com o resultado que, quanto a mim, até foi ligeiramente superior à concorrência. Acho que novamente houve areia a mais para certas camionetas.

Uma palavra para The Bourne Ultimatum. Merecidíssimos os prémios nas categorias técnicas de motagem e som. O filme (tal os outros dois da trilogia) são exemplares neste aspecto. Um reconhecimento de uma saga algo subvalorizada e mal compreendida, que tem neste epílogo o seu melhor capítulo pela coerência que confere à trilogia (deve estar a sair, se não saíu já, o pack em DVD, que não viu aproveite que vale a pena)

Efeitos visuais estava à espera que ganhasse o Transformers (talvez fosse o mais justo, mas fiquei contente por não ter ganho porque detesto o filme.


Quanto às canções... jeeez! uma pepineira todas elas.

O Score não me apetece comentar. O meu vencedor, elegível ou não, será Jonny Greenwood para There Will be Blood.

Cumprimentos e desculpem o testamento.

André disse...

Foi de facto um bocado insonso. Sem grandes surpresas, excepto nas categorias femininas...Tilda?? Mas que fez ela de especial no filme? De resto como já aqui disseram talvez There Will Be Blood seja melhor e os temas que toca bastantes mais interessantes que o grande vencedor da noite, embora No Country For Old Men seja um grande filme.
Preciso dizer alguma coisa sobre Daniel Day-Lewis? Pois também me parecia :)

Cataclismo Cerebral disse...

Sim, eu sei que não te estavas a referir ao talento e à beleza da Tilda ;) Eu percebi o que quiseste dizer...

Abraço Knox!

Miguel Ferreira disse...

Por motivos enfadonhos do foro profissional não pude ver a cerimónia. Vou hoje esperar pela repetição que como sempre deve ser à mesma hora do directo, o que faz todo sentido.
De todos os nomeados só vi o Juno, que é um filme delicioso, muito bem escrito, em tudo merecedor do Melhor Argumento e quem sabe de muito mais...
Em relação aos grandes vencedores da noite, gosto bastante do trabalho dos Coen (em especial Fargo e Barton Fink)e talvez tenha sido realmente justo, mas justiça só mesmo quando puser os olhos no No country for oldmen(knox tu não vais mesmo à bola com os Coen ou com os seus filmes?). O Daniel Day Lewis, bem não é mesmo preciso dizer mais nada. O Javier Bardem é um actor soberbo. As duas senhoras, não tenho conhecimento suficiente para tecer qualquer tipo de comentário.
Bem vou beber uns cafés e esperar pelo directo, ah perdão, pela repetição.
Abraço

Carlos M. Reis disse...

RJ, mas o Depp não ganhou nada :P Um grande abraço ;)

Joana, o Tendinha não estava lá (pertence à concorrência). Se não me engano, eram o Salvado e o Vieira Mendes. Sim, as escolhas para atribuições dos Óscares foram uma tristeza. Não haverá em Hollywood malta com mais calibre do que a Heigl, a Cameron Diaz, a Jessica Alba, a Garner e a Swank? Acho que a malta preferia ver aquelas lendas com os seus 50/60 (Pacino, De Niro etc etc) do que estes. Beijinhos.

Ana, não sabia disso. Está explicado então ;) Cumprimentos.

Simão, eu nem gostei muito da cerimónia do ano passado. Valeu pelo Scorsese e pelo Alan Arkin. Saudades dos tempos do Billy Cristal e até do Chris Rock. Um abraço.

Bananeira, espera aí, deixa ir buscar os óculos para ler isto tudo ;D Começando, julgo que eles tomaram o Josh Brolin como o principal. Foi, como dizes, uma boa maneira de resolver o problema de colocar o Day-Lewis contra o Bardem. Quanto ao argumento para P.T Anderson, completamente de acordo. De resto... delirei com o termo pepineira :D Cumprimentos e não te preocupes, que gostamos de testamentos por estes lados ;)

André e Cataclismo ;) Um abraço!

M.Ferreira, o Juno é, de facto, delicioso. Tem um charme irresistível. Quanto aos Coen, gosto do trabalho deles. Não gostei foi nada da sua atitude ontem nos Óscares, como se tivessem a cagar-se para terem ganho aquilo. Como se fosse indiferente. Um forte abraço!

Anónimo disse...

o espectaculo televisivo estev muito pobre!
a realização filmou sempre as mesmas caras na plateia, não existiram grandes momentos comicos de convidados,e nem por isso gags de convidados ou apresentadores dos vencedores dos oscares!

contudo o pormenor de filmar os vencedores até ao backsatge é um excelente pormenor.

john stewart teve bem

abraços

Carlos M. Reis disse...

De acordo João Palhares ;) Cumprimentos, volte mais vezes.

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