domingo, setembro 14, 2008

Breach (2007)

Eric O’Neill (Ryan Phillippe) é um jovem e ambicioso agente do FBI, usualmente destacado para trabalhos menores de vigilância, que um dia é chamado ao gabinete de Kate Burroughs (Laura Linney) para ser destacado para a sua primeira missão de campo: infiltrar-se junto de Robert Hannsen (Chris Cooper), um dos mais antigos agentes da casa, enquanto secretário deste e reportar todos os seus passos, de modo à agência arranjar provas de que este era um prevaricador sexual, que não merecia ostentar o estatuto de director. Mas será esse o verdadeiro motivo de toda esta investigação?

"Quebra de Confiança" é uma obra baseada na história verídica do maior espião da história dos Estados Unidos da América, que durante décadas forneceu aos russos informações privilegiadas e alguns dos segredos mais importantes do governo norte-americano. Realizado pelo inexperiente e desconhecido Billy Ray – que até este projecto, apenas tinha trazido ao grande ecrã outra história baseada em acontecimentos reais, "Shattered Glass – Verdade ou Mentira"-, "Breach" proporciona a Chris Cooper a melhor interpretação da sua carreira. Arrogante, paranóico, altivo e insolente, Cooper assina um desempenho brilhante que leva a narrativa a um nível ímpar, que foge da banalidade graças à intensidade e ao realismo que este confere à sua personagem.

Aliás, podemos mesmo pensar o que teria sido de "Quebra de Confiança" se, em vez de olhar para a história do ponto de vista de O’Neill, o tivesse feito da perspectiva de Hannsen. Assim, perdemos um estudo psicológico aprofundado da sexualidade pouco ortodoxa do espião e das suas convicções enquanto traidor de uma pátria que jurara defender e proteger. Apesar disso, há que dar crédito a Billy Ray por, pela segunda vez na sua carreira, saber construir um thriller interessante, mesmo depois de oferecer ao espectador o seu desfecho logo à partida. A trivialidade da reconstituição é disfarçada com a inteligência de um trio de personagens que fogem aos esteriótipos deste género de adaptações. E, já agora, pelo ambiente sombrio e frio que a direcção de fotografia consegue criar.

1 comentário:

Roberto Simões disse...

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