A interessante premissa faz lembrar, com as devidas distâncias, “Liar Liar”, um dos mais memoráveis êxitos de Jim Carrey nos anos noventa. Desta vez, em vez de estar impossibilitado de mentir, Carrey interpretará uma personagem que garante que conseguirá dizer “sim” a tudo o que lhe desafiarem, durante um ano inteiro. Um teste de fogo que poderá reacender de forma definitiva uma chama intermitente desde a década passada: a da veia cómica inconfundível de Jim Carrey.
Com algumas incursões semi-falhadas no género dramático – à excepção do muito amado “Eternal Sunshine of the Spotless Mind” -, o actor canadiano nada fez de marcante neste novo milénio, sendo que a situação é agravada quando nem sequer podemos dizer que fez algo “à Jim Carrey” nos últimos anos. Algo inovador no género que o catapultou. Alguns certamente estarão neste momento a refutar as minhas palavras, afirmando que “Bruce Almighty” é um bom filme. Não o desminto nem contradigo, mas o produto final, bom ou mau, resultou do poder de um argumento e de uma ideia forte e não da irascibilidade representativa de Carrey. A genialidade do “actor verde” – alcunha que resulta de papéis como Stanley Ipkiss ou Grinch – foi suprimida pela infinidade de caminhos possíveis tremendamente mais divertidos que poderiam ter sido escolhidos. Mas passado é passado e Carrey, independentemente da sua carreira recente, merece o crédito de uma década onde nos presenteou com filmes únicos como “The Mask”, “Dumb & Dumber”, “The Truman Show” ou “Man on the Moon”.
Baseado na biografia do humorista Danny Wallace, “Yes Man”, ao contrário do já referido “Liar Liar”, não terá qualquer elemento fantasioso no seu guião – ou seja, não será o desejo de uma criança que fará com que Carrey diga sim a tudo e todos. Será sim, como vários admiradores de Seinfeld já referiram, um conceito semelhante ao de um dos mais famosos episódios da série em que George, uma das personagens principais, decide, de um momento para o outro, fazer tudo ao contrário do que costuma fazer. Uma ideia com um potencial cómico de respeito, cujo papel principal parece ter sido criado para o Carrey dos anos noventa. Será que quarenta e seis anos na espinha e uma série de filmes menos conseguidos irão prejudicar a performance daquele que já foi considerado o rei da comédia moderna? Uma pergunta cuja resposta será dada perto do Natal – estratégia habitual nas comédias de Carrey -, num filme assinado por Peyton Reed, o mesmo que realizou os modestos “Bring It On”, “Down With Love” e “The Break-Up”.
4 comentários:
hhuahuahua, essa eu quero ver... gosto das comédias idiotas dele...
Pessoalmente gosto mais dos trabalhos mais sérios do Jim Carrey como The Majestic, The Truman Show, Man on The Moon, Eternal Sunshine of the Spotless Mind... são para mim os melhores filmes dele.
Quanto a este filme, parece-me demasiado o Liar Liar... o que pode ser uma coisa boa ou má consoante a originalidade "da cópia". O "original" é dos melhores filmes de comédia que ele fez, portanto..
Já agora um conselho Knox... era porreiro começares a colocar um link para o IMDB principalmente nas Antevisões.
Cumps;
Tenho curiosidade para ver este projecto. Confesso que gostei do Down With Love e o The Break up (um filme que considero incompreendido. Eu vejo o como um drama e nao uma comedia).
Resta esperar para perceber o que vai sair daí.
Abraço
Cara da Locadora ;) Cumprimentos.
DAGC, são tod os bons filmes. Fica registada a sugestão. Talvez aplique os links nas antevisões futuras ;) Um abraço.
Fifeco, concordo contigo no Break Up. Um abraço.
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