Baseado em acontecimentos verídicos, “Valkyrie” narra a história de um grupo de generais alemães que planeiam o assassinato de Hitler durante o seu apogeu na Segunda Guerra Mundial. Tom Cruise, cada vez mais selectivo nos papéis que aceita, e actualmente a comemorar vinte e cinco anos de carreira enquanto protagonista – estreou-se num papel principal em 1983 com “Risky Business”, do desaparecido Paul Brickman - agarra neste drama histórico o papel de Claus von Stauffenberg, o general que recusou aceitar o dogma nazi e liderou a conspiração. Símbolo na Alemanha pós-guerra – Stauffenberg foi desde aí considerado o único herói de uma era de vilões -, esta é a primeira vez que a sua história é internacionalizada a nível cinematográfico, depois de inúmeros livros e documentários europeus dedicados ao homem que deu a vida por todos os que injustamente eram ostracizados por uma ideologia totalitária e exacerbada.
Realizado por Bryan Singer, o mesmo de “The Usual Suspects”, “X-Men” e “Superman Returns”, as primeiras análises que surgem online de “Valkyrie” sugerem que se trata mais de uma obra política, no seguimento do estilo de narrativa de “Lions for Lambs” do que de um thriller, tal como o trailer sugere. Com um elenco de peso a acompanhar Cruise, do qual se destacam os veteranos Bill Nighy e Tom Wilkinson, um dos orçamentos mais elevados do ano e uma história que envolve um general zarolho sem sete dedos nas mãos que planeia mandar pelos ares um dos mais desprezíveis ditadores da história do nosso planeta, parecem haver poucas razões para que “Valkyrie” não seja um dos filmes do ano. Principalmente por toda a polémica que envolveu a escolha de Tom Cruise para o papel, devido às suas ligações com a Cientologia, considerada uma disciplina fascista na Alemanha, e que levaram inclusive a que o filho de Stauffenberg proferisse declarações em tom agressivo em relação ao então rumor que ligava o actor ao papel e que o governo germânico entrasse em contacto com a produtora do blockbuster. Mas já nada havia a fazer: Cruise e a sua United Artists entraram com vários milhões para financiar o projecto e o poder passou para as suas mãos. E pode ser que seja esta a sua oportunidade de provar que, apesar de todas as suas maluqueiras, Cruise continua a ser um dos melhores actores da sua geração. Sem qualquer margem de erro.
2 comentários:
Apesar do consecutivo burburinho à volta da vida privada de Tom Cruise, a verdade é que ele é talvez um dos melhores actores de sempre da história do cinema.
AGUARDO-VOS EM:
http://additionalcamera.blogspot.com/
Será daqui a umas décadas Filipe, espero eu e muitos mais. Por enquanto, não lhe pode ser dado o peso de actores com cinquenta e mais anos de carreira, com uma regularidade fantástica. É, digamos, da escola dos "25 anos de carreira", um dos melhores, senão mesmo o melhor.
Um abraço.
Enviar um comentário