Klaatu é um extraterrestre que passava por humano sem qualquer problema, não fosse o aparato da sua chegada ao planeta Terra. Recebido calorosamente pela população humana – que é como quem diz, alvejado mal saiu da “esfera espacial” que o transportou -, é internado num hospital militar, onde é sujeito a uma série de testes que provam que o seu corpo já pertenceu a um humano. Receosos de um ataque hostil pelo “desconhecido”, o governo norte-americano não confia nas suas boas intenções e não respeita o seu desejo de entrar em contacto com as Nações Unidas para falar do futuro do nosso planeta. “Somos nós quem mandamos no planeta”, afirma a certa altura a Secretária de Defesa norte-americana. “Não, não são!”, responde de forma lacónica Klaatu. E aí percebe-se que salvar o planeta não implica obrigatoriamente salvar a raça humana.
Remake da obra homónima de 1951 de Robert Wise, um dos clássicos maiores da história da ficção científica cinematográfica, "O Dia em que a Terra Parou" presenteia o mais comum dos cinéfilos com um dilema imediato: qual a razão ou o motivo para reformular uma fita cuja finalidade primeira inscrevia-se na crítica profunda à Guerra Fria? Ironicamente, a mensagem clara subjacente à renovada contextualização do filme original acaba por ser o trunfo maior de uma obra moderna cujo leque inicial é composto por vários duques. Isto porque, e à excepção de Keanu Reeves – que está como peixe na água sobre a pele de uma personagem que exige lacunas de expressividade -, todo o restante elenco parece não acreditar em si mesmo, alheando o filme de uma dramatização forte e profunda que era obrigatória quando o assunto tratado é tão fulcral como a extinção da humanidade. Em suma, faltou ao inexperiente Scott Derrickson, responsável por esta nova versão de “The Day the Earth Stood Still”, coragem e ambição em criar o seu próprio caminho, sem medo de faltar ao respeito à linha narrativa do clássico de culto dos anos cinquenta. Pelo contrário, essa seria a melhor homenagem.
4 comentários:
É daqules filmes que não vi e, muito honestamente, também não tenho vontade em ver. Os massivos cgi apresentados no trailer afastaram-me por completo.
Abraço
O filme original de Robert Wise é bastante agradável, contudo este aqui já não me atrai pelo seu exagerado modernismo...
DFMS, o original de Robert Wise tem bastantes pontos fortes que este não tem. Mas também algumas lacunas que hoje certamente não teria. Em breve falarei sobre o mesmo. Mas é sem dúvida alguma melhor do que o novo.
Fifeco ;)
Cumprimentos, obrigado pela visita!
O filme original de Robert Wise é muito melhor! A mensagem era pacífica e de reflexão sobre o caminho equivocado da humanidade.
O que constatamos na nova versão foram os exageros de ficção e a presença de um certo grau de violência por parte do extraterrestre;justamento o oposto do filme original!
O pior, o filme nem mesmo tem um final razoável.
Abraços
Igor- Curitiba-PR
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