segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Teeth (2007)

“Todas as rosas têm espinhos”, afirma uma das premissas do filme. Uma noção simplista, no entanto, para aquilo que o realizador Mitchell Lichtenstein apresenta em “Teeth”, uma comédia de terror que surpreendeu o público e a critica independente no Festival de Sundance em 2007. De resto, a actriz principal Jess Weixler, detentora da mutação mitológica que dá asas à narrativa de Lichtenstein, acabou mesmo por vencer a categoria de melhor actriz dramática, contrariando todas as previsões que atiravam a estreante norte-americana para as segundas linhas da competição.

A sinopse é original – e realmente baseada, tal como uma rápida pesquisa confirma, num mito denominado “Vagina Dentata” - e assenta perfeitamente no género estilístico da obra. Dawn é uma rapariga católica que acredita que deve manter a sua virgindade até ao casamento, mesmo que os impulsos do seu corpo a incentivem em direcção contrária. Ao ser violada por um dos seus melhores amigos, descobre que os seus genitais não são bem como o de todas as outras mulheres, quando o capa impiedosamente (Lichtenstein não tem problemas em mostrar na grande tela o que resta e o que não resta), num festival femininista ambíguo que satiriza a noção de pureza cristã ao mesmo tempo que dá à mulher o poder bruto usualmente machista dos abusos sexuais. Uma proposta interessante para quem pretende fugir à normalidade, apesar de, enquanto comédia negra, “Teeth” ter sido claramente alvo de uma abordagem desequilibrada.

2 comentários:

José Quintela Soares disse...

Vale a pena ver?

Carlos M. Reis disse...

José, lê a análise e faz o teu julgamento ;) Um abraço.

Dário, não tenho a menor dúvida. Tinha potencial para filme de culto underground quase. Um abraço.

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