Por mais que a conquista seja, grande parte das vezes, um acaso que depende mais das falhas dos vencidos do que do génio do vencedor, a verdade é que esta edição de Junho da Take Cinema Magazine marca uma evolução clara na capacidade de manobra de todo um projecto. Prova disso são as cinco entrevistas totalmente exclusivas - ou seja, feitas por colaboradores internos e não, como é tradição em Portugal, compradas ou recebidas gratuitamente para tradução por parceiros editoriais – desencantadas para este número, num rasgo de vontade que deixa claro que queremos mais, muito mais do que já fizemos até aqui. E, acima de tudo, que não nos rendemos ao fado português de que basta fazer o suficiente, neste país pequenino plantado à beira-mar, para ser bom. Não! Os elogios e as propostas de colaboração vindas de alguns dos mais ilustres e conceituados cinéfilos nacionais enchem-nos de orgulho, mas continuaremos a quebrar barreiras e fronteiras. Porque é esse desafio que nos dá uma razão para continuar a existir, contra todas as dificuldades – e o nosso director é o principal alvo de todas elas.
Mas é bom também deixar algo claro. Um dia tudo isto será uma memória. Não é possível garantir que a boa vontade de toda uma equipa e a disponibilidade pessoal e profissional do “faz tudo” da revista não termine, subitamente, de um momento para o outro. Não há contratos ou garantias financeiras associadas à Take que permitam uma atenção especial e única ao projecto ou que justifiquem que o futuro dos que, arduamente, tornam este sonho antigo uma realidade constante nos últimos dezoito meses possa ser prejudicado. Ingenuamente, alguns de nós sonhámos nos primeiros meses de 2008 que hoje o amadorismo já teria sido substituído por uma estrutura profissional, que garantisse retornos financeiros suficientes para assegurar a sobrevivência desta iniciativa marginal. Tal não aconteceu e, provavelmente, não virá a acontecer. Por isso, cada nova edição é trabalhada como se fosse a última. Resta aproveitar e esperar que aquele e-mail milagroso apareça a tempo.
2 comentários:
A Take está mais uma vez de parabéns. Só com estes artigos e especiais exclusivos são de deixar qualquer um babadinho. Força pessoal! :)
Abraço.
Não quero esfriar o entusiasmo, mas este número tem vários erros de revisão, por exemplo na entrevista a Bryce Dallas Howard. O texto sobre a personagem John Connor aparece duas vezes.
Àparte isso, um trabalho excelente.
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