segunda-feira, setembro 21, 2009

Bruno (2009)

Brüno é um jornalista gay austríaco especializado em moda. Depois de um verdadeira confusão num desfile de moda em Milão – que chegou instantaneamente ao Youtube e a vários canais de televisão, promovendo então o filme a vários meses da sua estreia -, é despedido do seu programa televisivo. Decidido a continuar o caminho para a fama, segue em direcção aos Estados Unidos para colocar à prova o tão referido "sonho americano" e tornar-se no austríaco mais famoso da história... desde Hitler. Através da sua excentricidade, consegue uma oportunidade para filmar um episódio piloto para apreciação de uma equipa de produtores. Mete a “idol” Paula Abdul sentada nas costas de um mexicano a dizer que adora tratar com respeito todos os seres humanos, mas a exorbitância sexual com um pequeno filipino faz do sonho uma desgraça. Brüno, no entanto, não desiste: de calças para baixo consegue arrancar um “este gajo é um paneleiro” a um candidato republicano às eleições presidenciais; de calças para cima atira-se a um “conversor de homossexuais”, promove a discussão entre representantes palestinianos e israelitas sobre o humus, uma comida lexicalmente similar a Hamas e goza de Osama Bin Laden perante um terrorista... em pleno território inimigo. Em suma, a fórmula de sucesso de Borat – que tantos milhões rendeu em todo o mundo – aplicada a outra personagem do currículo de Sasha Baron Cohen.

No entanto, de um para o outro perdeu-se o impacto e a surpresa do formato - uma espécie de terrorismo cinematográfico politicamente e moralmente incorrecto, que infelizmente a primeira adaptação cinematográfica de uma das suas personagens, “Ali G”, tinha adulterado com mecanismos demasiado artificiais. Além disso, a inteligência barroca do jornalista cazaque, que quebrava tabus e preconceitos das mais variadas e divertidas formas foi substituída por uma nomenclatura superficial que usa repetitivamente excessos relacionados com o sexo homossexual para atingir os lugares ridículos e hilariantes desejados. Isto não faz de “Brüno” menos divertido, mas transforma-o obrigatoriamente num filme menor, menos imaginativo e original. No entanto, o contexto social, por si só, é suficiente para tornar a fita de Larry Charles num falso documentário bem mais polémico do que “Borat: Aprender Cultura da América para Fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão”. A questão que se coloca agora é: ficará Sasha Baron Cohen por aqui, esgotadas que estão as suas mais interessantes e bizarras personagens televisivas? Voltará o britânico ao estilo audaz e ousado ou remeter-se-á à banalidade da maioria dos produtos provenientes da indústria humorística cinematográfica norte-americana?

5 comentários:

lmlas disse...

Uma estrela...

Unknown disse...

Duas estrelas no máximo. Bruno pareceu-me demasiadamente grosseiro e inconsequente. Tem bons momentos é certo mas ninguém me faz acreditar que estamos perante situações reais. O que mais se sente é a falsidade e a encenação a pairar em cada cena.

Abraço

F. disse...

Arranca umas gargalhadas mas, ao contrário de Borat, não faz grande crítica social, choca por chocar.

dianamatias disse...

nao me atrevo a ver. pronto. :)

joão disse...

O filme tem partes hilariantes (o talk show com o bebé, a luta final, etc), mas mais parece uma sequência de sketches soltos colados à força do que um filme com sequência. Para mim está ao nível do Borat, não tem é o efeito surpresa de que falaste.

Já agora, não me parece que "queer" traduza para "paneleiro". É bem menos ofensivo. Até há um programa chamado "Queer eye"

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