Com o selo de qualidade da Pixar – que domina actualmente o sector a todos os níveis -, “Up” é o décimo sucesso consecutivo dos estúdios de animação norte-americanos. Haverá segredo ou porção mágica para tal façanha? A resposta é simples e não tem nada que enganar: John Lasseter e companhia provam fita após fita que a sua criatividade não tem limites, orquestrando obras sofisticadas para todas as idades, respeitando a audiência e, conseguindo assim, transformar as linhas e as cores da Pixar em clássicos que certamente serão relembrados por muitas gerações. Contratando os melhores entre os melhores e fornecendo-lhes a melhor tecnologia e as melhores condições de trabalho do mercado, a Pixar dá tempo ao tempo – deixando as ideias amadurecerem - e não entra em automatismos que conduzam a obrigações financeiras de rápido encaixe. Ao não sentir a necessidade de produzir várias fitas por ano, os homens de Lasseter concentram-se e dão o seu melhor em cada uma das suas obras-de-arte.
E “Up – Altamente” é isso mesmo, uma obra-de-arte para miúdos e graúdos. Com um prólogo comovente capaz de fazer lacrimejar o mais valentão dos espectadores, a fita de Pete Docter foi justamente nomeada para um Óscar na categoria principal de Melhor Filme e arrecadou, obviamente, o galardão para Melhor Filme de Animação. Pessoalmente, e dentro das fitas da Pixar, apenas “Monsters, Inc.” – também de Pete Docter - parece-me resultar num produto mais equilibrado e completo do que este “Up”, o que justifica de forma inquestionável os seis anos que a equipa da Pixar demorou a trazer o primeiro filme 3D dos estúdios até nós. Claramente inspirado na vida e obra de Hiyao Miyazaki, com “Up” a Pixar volta a provar que é hoje uma assinatura de qualidade incomparável em todo o mundo. Se no futebol houve uma altura em que o provérbio “onze contra onze e no final ganha a Alemanha” imperou, hoje o mesmo acontece com a Pixar: venha que filme vier, será certamente um êxito para a crítica e para o público.
3 comentários:
Começa bem, mas depois vai perdendo qualidade. Longe do Wall-E!
Muito Carlos. Só te falta ver o Wall-E!
Eu concordo com o Ricardo ali em cima... Ele se perde depois do início... Mas o prológo é uma das coisas mais bonitas que já vi no cinema...
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