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Analiticamente, a verdade indiscutível é que acaba por ser esta revelação escandalosa que dita não só o sucesso comercial e mediático do filme, mas que também coloca a nu as fragilidades técnicas e narrativas de Bar-Lev, que não só não consegue descobrir – ou pelo menos supor - tal falcatrua após semanas a acompanhar os Olmstead, como depois de ser surpreendido pela reportagem da CBS não tem coragem suficiente para decidir um rumo a tomar, acabando o seu documentário por deixar mais dúvidas em relação à honestidade da genialidade de Maria do que respostas. Porque se os Olmstead não tinham mesmo nada a esconder, porque não pedir-lhes para instalar uma câmara oculta – já que na presença de estranhos, Maria supostamente distraí-se demasiado e não conseguia “fazer das suas” - que cobrisse as criações da pequena rapariga? Em suma, “My Kid Could Paint That” é uma história/conspiração fascinante que merecia no leme alguém com coragem suficiente para assumir um genuíno trabalho de investigação que respondesse a uma simples questão: seria – ou será ainda – Maria uma verdadeira criança-prodígio ou vítima ingénua de uma fraude parental?
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1 comentário:
Não vi o documentário, nem sei se já foi exibido aqui no Brasil, mas deve ser interessante, ao abrir espaço para indagações, dúvidas e reflexões como as que você sugere. Neste ponto, reporto-me a uma postagem sua de 2003, sobre o filme Viagem sem destino, que assisti ontem pela televisão. Será que os compradores dos quadros da menina não se parecem de certa forma com os advogados da cidade fictícia? E, se o pai for o pintor, será um crime tentar vendê-los por meio de uma ficção que agrada a todos? Um abraço. Ignez
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