segunda-feira, junho 07, 2010

Antevisão: When in Rome


Beth (Kristen Bell), uma das mais conceituadas curadoras de arte do Guggenheim nova-iorquino, chegou a uma altura da sua vida em que o amor, aquele que é ferida que arde mas não se vê, parece ser um luxo tão supérfluo que não merece sequer especial atenção. Anos e anos à espera do príncipe encantado perfeito tornaram-na uma eterna solteira, mais dedicada a uma carreira de sucesso do que a uma vida de paixões. Até ao dia em que se desloca a Roma para marcar presença no impulsivo casamento da sua irmã, e que, aproveitando uma visita à “fonte do amor” – claramente inspirada na original Fontana di Trevi, símbolo barroco da capital italiana e, porque não, do “Dolce Vita” de Federico Fellini – decide retirar algumas moedas do fundo da fonte. Pois bem, como que por feitiço (ou sortilégio), – ou não fosse essa a magia do cinema, em prol de um argumento que renda nas bilheteiras – começa quase instantaneamente a ser perseguida por uma quadrilha de homens inexplicavelmente apaixonados. O único problema é que do “bando” faz parte um magnata de metro e meio (Danny DeVito), um mágico de rua um pouco para o desleixado (Jon Heder), um pintor (Will Arnett) e um modelo masculino absolutamente narcisista (Dax Shepard). A estes cromos, dignos de uma qualquer caderneta rara de Hollywood, junta-se um jornalista (Josh Duhamel) que tenta provar a Beth que o seu amor por ela é muito mais do que uma façanha de feitiçaria.

Para orquestrar o regresso da Disney às comédias de carne e osso, depois do sucesso internacional nas bilheteiras que obteve o ano passado com “Old Dogs”, o escolhido foi Mark Steven Johnson, o realizador responsável pelas adaptações cinematográficas das bandas-desenhadas “Daredevil” e “Ghost Writer”. Mais apupado do que aplaudido nestas duas primeiras experiências, Johnson volta agora a um género no qual triunfou enquanto guionista, ou não fosse ele o escritor por detrás do clássico “Grumpy Old Men” - e respectiva sequela - ou do familiar “Jack Frost”. Com um elenco respeitável que conjuga alguns valores reconhecidos no género como DeVito ou Heder, é no entanto na parelha principal que recaem as atenções, apostando a Disney na popularidade de Kristen Bell e de Josh Duhamel para conquistar, uma vez mais, os bolsos dos cinéfilos dos oito aos oitenta. Independentemente do provável resultado artístico da fita, esta é uma oportunidade de ouro para rever a estonteante Veronica Mars, enquanto a tão aguardada adaptação à grande tela da série que a lançou para o estrelato não passa dos blocos de notas de Rob Thomas para os estúdios.

2 comentários:

Dora disse...

Nem consegui ver o filme todo até ao fim...a parte dos 3 malucos que vêmd e Itália obcecados por ela...muito mau.

Carlos M. Reis disse...

Dora, também já o vi e não gostei muito. Crítica na próxima Take ;) Obrigado pela visita ;)

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