sábado, julho 31, 2010

The Losers (2010)

The Losers” é, em toda a sua opulência, uma epopeia cool de vinganças cruzadas e reviravoltas marciais. Com uma narrativa centrada num grupo de militares de elite das Forças Especiais norte-americanas que é abandonado e traído em plena missão na selva boliviana pelos seus superiores hierárquicos, mais propriamente por um misterioso homem de seu nome Max (Jason Patric), a equipa liderada por Clay (Jeffrey Dean Morgan) é dada como aniquilada pelo governo. Mas, na realidade, o grupo sobreviveu ao ataque ao seu helicóptero e prepara sim uma contra-ofensiva violenta e letal para voltar aos EUA e desmascarar Max. Tudo com a ajuda da também ela misteriosa Aisha (Zoe Saldana), que surgida do nada tem na sua posse tudo o que o grupo precisa para levar a bom porto – ou, neste caso, a um bom tiro entre os olhos - a missão.

The Losers” é, com pouca margem para dúvidas, o blockbuster de acção com melhor vibe de 2010. Literalmente “na onda” dos divertidos “Shoot 'Em Up” ou “Tropic Thunder”, a fita do desconhecido Sylvain White revoluciona o conceito de comédia de acção e apresenta um verdadeiro “guilty-pleasure” cinematográfico sem qualquer tipo de pretensiosismos. “The Losers” sabe que é deliciosamente absurdo e, mantendo-se fiel ao espírito “baril” dos quadradinhos da banda desenhada, quebra vários clichés narrativos do género, criando situações totalmente imprevistas e caricatas. Abarrotado de adrenalina, White deixa o seu estilo singular comandar a trivial substância e, em alta rotação, mostra-nos que a vingança não só é uma espécie de justiça selvagem, mas também de deleite espirituoso.

Com um final que pede desesperadamente por uma sequela – mas que, devido aos maus resultados de bilheteira nos Estados Unidos, poderá muito bem nunca a ver -, destaque para a escaldante Zoe Saldana, inteligentemente aproveitada enquanto misteriosa femme fatale e para Jeffrey Dean Morgan, que após o sucesso de “Watchmen” encaixa que nem uma luva na personagem de líder. No entanto, para memória futura o fica é uma interpretação magistral do mal-amado Jason Patric, que com um cunho muito pessoal transformou Max num dos mais desprezíveis vilões dos últimos anos, conseguindo ao mesmo tempo arrancar várias gargalhadas ao público com a sua natureza estroina. A cena do guarda-sol é um exemplo magnânimo desta satírica bivalência. Resta agora torcer que White e a sua realização vibrante tenham a oportunidade de dar mais uma hipótese a Clay e à sua equipa, numa merecida sequela que não deveria estar dependente das leis ingratas do mercado.

4 comentários:

Nuno Pedro Fernandes disse...

Ainda não vi o filme, mas o Jason Patric tem tanto de mal-amado como de genial. O homem é muito versátil e apenas lhe calhou mal o Speed 2. E pelos passos que tem dado ultimamente - quase todos acertados - é certo que ressurgirá em grande, mais dia, menos dia.

Jorge Rodrigues disse...

Se não tivesse lido esta crítica, provavelmente iria ignorá-lo. Assim sendo, darei uma vista de olhos ;)

Abraço.


Só em jeito de divulgação, se não se importarem: visitem, http://dialpforpopcorn.blogspot.com. Valorizava a vossa opinião e sugestões ;) Obrigado.

Nuno Pereira disse...

Gostei mt tb... não é tão bom quanto o Kick-Ass mas anda lá perto!


Quem se sentir "defraudado" com o recente A-Team, este é o filme que deverão ver logo a seguir!

Carlos M. Reis disse...

That's it Nasp. Espero que não passe ao lado de tanta gente, como parece que vai passar, já que nem se prevê estreia para Portugal.

Cumprimentos!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...