“The Losers” é, em toda a sua opulência, uma epopeia cool de vinganças cruzadas e reviravoltas marciais. Com uma narrativa centrada num grupo de militares de elite das Forças Especiais norte-americanas que é abandonado e traído em plena missão na selva boliviana pelos seus superiores hierárquicos, mais propriamente por um misterioso homem de seu nome Max (Jason Patric), a equipa liderada por Clay (Jeffrey Dean Morgan) é dada como aniquilada pelo governo. Mas, na realidade, o grupo sobreviveu ao ataque ao seu helicóptero e prepara sim uma contra-ofensiva violenta e letal para voltar aos EUA e desmascarar Max. Tudo com a ajuda da também ela misteriosa Aisha (Zoe Saldana), que surgida do nada tem na sua posse tudo o que o grupo precisa para levar a bom porto – ou, neste caso, a um bom tiro entre os olhos - a missão.
“The Losers” é, com pouca margem para dúvidas, o blockbuster de acção com melhor vibe de 2010. Literalmente “na onda” dos divertidos “Shoot 'Em Up” ou “Tropic Thunder”, a fita do desconhecido Sylvain White revoluciona o conceito de comédia de acção e apresenta um verdadeiro “guilty-pleasure” cinematográfico sem qualquer tipo de pretensiosismos. “The Losers” sabe que é deliciosamente absurdo e, mantendo-se fiel ao espírito “baril” dos quadradinhos da banda desenhada, quebra vários clichés narrativos do género, criando situações totalmente imprevistas e caricatas. Abarrotado de adrenalina, White deixa o seu estilo singular comandar a trivial substância e, em alta rotação, mostra-nos que a vingança não só é uma espécie de justiça selvagem, mas também de deleite espirituoso.
Com um final que pede desesperadamente por uma sequela – mas que, devido aos maus resultados de bilheteira nos Estados Unidos, poderá muito bem nunca a ver -, destaque para a escaldante Zoe Saldana, inteligentemente aproveitada enquanto misteriosa femme fatale e para Jeffrey Dean Morgan, que após o sucesso de “Watchmen” encaixa que nem uma luva na personagem de líder. No entanto, para memória futura o fica é uma interpretação magistral do mal-amado Jason Patric, que com um cunho muito pessoal transformou Max num dos mais desprezíveis vilões dos últimos anos, conseguindo ao mesmo tempo arrancar várias gargalhadas ao público com a sua natureza estroina. A cena do guarda-sol é um exemplo magnânimo desta satírica bivalência. Resta agora torcer que White e a sua realização vibrante tenham a oportunidade de dar mais uma hipótese a Clay e à sua equipa, numa merecida sequela que não deveria estar dependente das leis ingratas do mercado.
4 comentários:
Ainda não vi o filme, mas o Jason Patric tem tanto de mal-amado como de genial. O homem é muito versátil e apenas lhe calhou mal o Speed 2. E pelos passos que tem dado ultimamente - quase todos acertados - é certo que ressurgirá em grande, mais dia, menos dia.
Se não tivesse lido esta crítica, provavelmente iria ignorá-lo. Assim sendo, darei uma vista de olhos ;)
Abraço.
Só em jeito de divulgação, se não se importarem: visitem, http://dialpforpopcorn.blogspot.com. Valorizava a vossa opinião e sugestões ;) Obrigado.
Gostei mt tb... não é tão bom quanto o Kick-Ass mas anda lá perto!
Quem se sentir "defraudado" com o recente A-Team, este é o filme que deverão ver logo a seguir!
That's it Nasp. Espero que não passe ao lado de tanta gente, como parece que vai passar, já que nem se prevê estreia para Portugal.
Cumprimentos!
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