Estamos em 1954. O xerife Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) e o seu novo parceiro Chuck Aule (Mark Ruffalo) são destacados para ir investigar o desaparecimento de uma paciente do Hospital Psiquiátrico de Ashecliffe, na abandonada ilha de Shutter, local que alberga alguns dos mais psicopatas criminosos do país. Com ligações pessoais à ilha, Daniels desconfia que sejam usados no hospital tratamentos radicais ilegais com objectivos científicos sinistros. Com acesso limitado e pistas praticamente indecifráveis, Daniels vai envolver-se num puzzle mental que acabará por fazê-lo questionar tudo, do seu parceiro à sua memória.
Baseado em “Paciente 67”, obra literária de Dennis Lehane, autor do conceituado “Mystic River”, “Shutter Island” é um thriller complexo e admirável que, independentemente de alcançar ou não unanimidade com o seu desfecho, consegue manter qualquer espectador inquieto e curioso durante mais de duas horas. Numa construção narrativa inteligente, com vários momentos cinematográficos de bradar aos céus, perfeitos na sua execução técnica, o génio Martin Scorsese demonstra uma vez mais que, independentemente do género ou assunto a que se dedique, concebe sempre, com um toque pessoal e singular, fitas de sucesso para o público e para a crítica. Com uma recriação espantosa e extraordinária da atmosfera e do ambiente dos anos cinquenta, tanto nas personagens como nos sets, este Scorsese Hitchcockiano reúne ainda um elenco equilibrado que se destaca pelo colectivo, como qualquer equipa de Mourinho, e nunca através de uma predominação esperada – o que seria normal - de Leonardo DiCaprio. Quando se têm Ruffalo, Kingsley, Max von Sydow e Michelle Williams a jogar na mesma equipa, poucas dúvidas restam que essa é mesmo a melhor estratégia a seguir. Em suma, um filme que estimula a mente e que, com o seu final aberto a múltiplas interpretações, pede instantaneamente um segundo visionamento. Well done, Marty.
1 comentário:
Gostei da análise. :)
A meu ver o filme é fantástico, mas "A Origem" consegue ainda ser mais perfeito.
"Shutter Island": 5*
É um filme obrigatório. Com o seu desenrolar vamos descobrindo tudo e isso é-nos mostrado de uma forma magistral.
Cumprimentos, Frederico Daniel.
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