Cinco estranhos com os mais variados pecados e um elevador de um dos mais imponentes edifícios de Filadélfia são a receita mágica de “O Demónio”, filme concebido e produzido por M. Night Shyamalan, mas inteligentemente e a bom tempo entregue a uma equipa competente e independente liderada pelo guionista Brian Nelson – responsável pelo respeitado “30 Days of Night” -, pelo conceituado cinematógrafo Tak Fujimoto e, finalmente, pelo novato realizador John Erick Dowdle. A trama é tão simples quanto cativante: quando o elevador fica estranhamente bloqueado e inacessível, o confronto inevitável de personalidades entre os cinco estranhos acontece. Da chata da velha ao presunçoso do garanhão, do segurança mariquinhas à mulher fatal, a situação dificilmente poderia ser pior. Mas, com o diabo literalmente à solta no elevador, cada um deles, um por um, começa a ser assassinado. Quem será o demónio?
“Devil” é um thriller diabólico competente e criativo, cujo principal trunfo é conseguir deixar no espectador durante quase toda a sua duração a dúvida sobre a identidade do assassino. Oscilando inteligentemente a acção entre o elevador e o edifício, não bloqueando assim várias hipóteses narrativas, “O Demónio” consegue equilibrar a sua faceta policial com o seu desejo de mistério, tensão e suspense. Com o ritmo certo e alguns pormenores técnicos interessantes – dos zooms inesperados ao brilhante plano inicial, com a cidade virada do avesso -, destaque ainda para a interpretação de Chris Messina e para a sonoplastia cuidada de Fernando Velasquez, ajustada à densidade dramática da fita. Entretenimento modesto mas eficaz, um nível acima do que Shyamalan nos tem oferecido ultimamente.
4 comentários:
Um belo sem dúvida, a confirmar o talento de Shyamalan, embora seja como produtor e criador original da história. A tensão está lá, o mistério também, assim como a imprevisibilidade e alguns aspectos técnicos de valor. Em suma, uma boa surpresa.
abraço
tb gostei.
Em 2010, Shyamalan saiu-se melhor como produtor do que como realizador!
Ahhh, pensava que só eu tinha gostado! O Shyamalan que continue a produzir :)
Afinal não é tão mau como o pintaram ;)
Enviar um comentário