Neste filme de fantasia para toda a família, Nicolas Cage é o feiticeiro Balthazar Blake, um dos três aprendizes originais do histórico e poderoso mago Merlin treinados para combater a maléfica Morgana, a sua principal adversária, em tempos longínquos. Numa breve introdução, vemos Merlin perder a vida para conseguir encurralar Morgana e um dos seus outros aprendizes, o traidor Horvath, dentro de uma urna que deveria ficar escondida durante séculos até Balthazar encontrar e treinar o “escolhido”, um feiticeiro de poderes únicos que teria a capacidade inigualável de derrotar Morgana para sempre. Para identificá-lo, Blake teria de colocar o anel de Merlin nos seus dedos; se o anel se transformasse numa cobra, esse recruta seria o “escolhido”. Hoje, mil anos depois numa moderna Manhattan, Blake finalmente encontra, através de várias coincidências mágicas, Dave (Jay Baruchel), um típico adolescente nerd nova-iorquino, cuja queda para a Física e as Ciências ultrapassa largamente o seu jeito para com o sexo oposto. Sem acreditar na lenda, Dave vê-se no entanto envolvido numa luta entre o Bem e o Mal, que o obrigará a aceitar um curso intensivo de magia e feitiçaria dado por Blake. Parceiros improváveis na luta contra as trevas, Dave torna-se um aprendiz de feiticeiro com mais vontade de impressionar uma colega de faculdade do que propriamente salvar a humanidade. Mas, como diria a tagline de outro filme de super-heróis, com um grande poder vem uma grande responsabilidade.
Produzido pelos estúdios da Walt Disney Pictures e realizado pelo nova-iorquino Jon Turteltaub – o mesmo do divertidíssimo “Cool Runnings” ou do mais recente “National Treasure” – “The Sorcerer's Apprentice” é uma fita interessante e descontraída, mais divertida e credível do que era expectável, onde a superficialidade narrativa dos heróis e dos vilões é combatida pelo sentido de humor fácil e contagiante da dupla Cage/Baruchel. Sim, é mais uma história com demónios, magia a rodos e um jovem rapaz com poderes fantasiosos, numa reformulação modesta do mais inocente que há em Harry Potter. Mas é, por isso mesmo, também um filme de muito mais fácil digestão para crianças e graúdos, sem linhas narrativas sombrias nem falsos pretensiosismos de drama adulto.
Com interpretações competentes do vilão Alfred Molina, do aprendiz Baruchel e do feiticeiro Nicolas Cage – que, juntamente com as estreias recentes de “Kick-Ass” e “The Bad Lieutenant: Port of Call - New Orleans” faz esquecer um período algo turbulento da sua carreira com fitas de qualidade duvidosa como “The Wicker Man” ou “Ghost Rider” – “O Aprendiz de Feiticeiro” é uma história previsível mas simpática da Disney, sem violência nem linguagem grosseira, onde um rapaz como tantos outros é o centro das atenções e o bem, para não variar nem chatear, vence o mal. E todos vivem felizes para sempre. Porque, por vezes, é na simplicidade que está o ganho. Destaque ainda para a homenagem a “Fantasia”, clássico da Disney com o Rato Mickey, datado de 1940, numa das mais divertidas cenas do filme onde, ao bom estilo animado, as esfregonas fazem de vassouras e ganham vida própria.
1 comentário:
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