Sejamos honestos: a Take não tem reputação nem credibilidade internacional para conseguir chegar aos grandes nomes do cinema mundial. Nem sequer, por vezes, a figuras de relevo do panorama cultural nacional. Mas o que para muitos poderia ser um problema, para nós representa uma oportunidade e um factor de motivação. Sabemos que precisamos de lutar muito mais do que os restantes meios para conseguir uma entrevista relevante, pois não dispomos sequer das mesmas armas. Mas fazemo-lo e não temos vergonha de tentar de todas as formas possíveis e imaginárias. Aprendemos a acatar e aceitar as tradicionais “negas”, bem como os habituais “silêncios”. Vejamos um qualquer caso em concreto, que demonstre o processo tradicional. O de “Seinfeld”, por exemplo. Pensámos em escrever um artigo sobre a série e para o completar queríamos uma entrevista com alguém relacionado com a mítica sitcom norte-americana. Como é natural, começamos por averiguar qual a disponibilidade do elenco principal. Em bom português, nenhum nos ligou “patavina”. Partimos para os secundários, como “Newman”. Tivemos uma primeira resposta, mas mal informámos que não poderíamos enviar uma cópia da revista posteriormente - tal como solicitado pela agente do actor - por sermos uma publicação online, nunca mais responderam de volta. E foi assim que nasceu a conversa com o “Nazi das Sopas”, uma personagem que se celebrizou num único episódio, mas que acabou por resultar num diálogo tão ou mais interessante do que se tivéssemos tido sorte com alguma das estrelas do elenco. É verdade que poderíamos facilmente arranjar ou comprar entrevistas com grandes nomes ao preço da chuva para tradução. Mas não teria piada nenhuma. Assim, vamos tentando chegar a quem queremos, mesmo sabendo que em cada dez tentativas, apenas uma acabará nas páginas da Take. Mas essa será fruto do nosso esforço e dedicação. E esse sabor de vitória é único e não tem preço. E, para terminar, caros amigos leitores, se algum de vocês tiver sugestões para entrevistas, de ídolos de infância hoje incógnitos ou figuras que não estejam tão protegidas pelo “sistema”, atirem-nas para o nosso e-mail. Teremos todo o gosto em tentar chegar até eles, tal como já o fizemos com vários pedidos que chegaram até nós no passado.
Desde o início que tentamos que não nos passe ao lado um único festival cinematográfico que ocorra em Portugal. Dos mais conceituados – Indielisboa ou Fantasporto – aos mais pequenos, temáticos, intímos e muitas vezes ignorados pelos restantes meios de comunicação social, a Take faz, sempre que possível, questão de marcar presença e divulgar todos os festivais de cinema nacionais. A palavra chave é mesmo “todos”, daí que faça sentido referi-los a “todos” neste parágrafo. Assim, ao longo destes dois anos fomos Media Partners de festivais tão diversos como o Douro Film Harvest, o Festroia, o Curtas de Vila do Conde, o Hola Lisboa, o Ciclo de Cinema Espanhol, a Festa do Cinema Italiano, o Porto 7, o Black & White, o Festival Internacional de Cinema de Artes Performativas, o Queer Lisboa, o 1as! - Lisbon Film & Video Arts Fest, o Anima-te!, o Monstra, o Estoril Film Festival, o ONcine - Festival de Cinema Independente de Sesimbra e o Motelx – Festival de Terror de Lisboa, sendo que com este último alargamos a parceria a passatempos com oferta de entradas e cartazes. Outros festivais, por vezes por razões estranhas, desconhecidas ou por mera falta de oportunidade, outras vezes devido a já terem parceiros media mais fortes no que concerne à visibilidade e à divulgação dos seus eventos, acabam por não se interessar em fechar esse tipo de parcerias connosco. No entanto, nem esses escapam à nossa cobertura, como foram os casos do IndieLisboa, do Doc Lisboa, do Fantasporto, da Festa do Cinema Francês, da Mostra de Cinema Brasileiro e da Festa de Cinema Periférico. Referidos tantos festivais neste parágrafo, levanta-se a questão: o leitor não fazia ideia que Portugal oferecia tantas oportunidades de conhecer novos mercados, novos géneros e tantos profissionais da área como oferece, pois não? Porque a diversidade existe não só no cinema, mas nos festivais que o promovem. Porque qualquer festival é a celebração da magia do cinema. Porque até um imaginário mas, quem sabe, um dia possível Festival dos Piores Filmes do Mundo teria o seu interesse. Pelo convívio, pelo cinema. Porque é preciso conhecer o mau para saber apreciar o bom.
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