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Com um conceito original, refrescante e provocador, o realizador/argumentista neo-zelandês Andrew Niccol (“Gattaca”, “Simone” e “Lord of War”) prova nesta sua quarta película ser uma das mais inteligentes e interessantes figuras da ficção-científica cinematográfica actual. Voltando ao futuro e ao tema da manipulação genética e adicionando-lhe desta vez uma pitada de reflexão sobre a economia global, é uma pena que o desenvolvimento narrativo de “Sem Tempo” dê mais importância ao nascer de um herói do que propriamente ao conceito e ideais que sustentam as bases da história.
Num registo similar ao de “Bonnie & Clyde”, Timberlake e a estranhamente bonita Amanda Seyfried correm o filme todo atrás do prejuízo, deixando provavelmente a única interpretação convincente de “In Time” para o suficientemente intenso Cillian Murphy. A verdade é que por mais cativante que seja a sua sinopse, em “Sem Tempo” acaba por haver pouco suspense e nenhum twist narrativo digno de registo, numa realidade angustiante mas cuja credibilidade é raramente trabalhada. Fica a importante mensagem – não estaremos nós a fazer algo de errado num mundo onde infinitos dólares e escassos feijões estão tão perto e tão longe -, um par de cenas para recordar e a esperança de uma sequela/remake que reutilize o conceito do tempo enquanto dinheiro de forma mais eficaz.
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3 comentários:
E se virmos bem, este filme não está assim tão distante do dia a dia em que sempre vivemos.
Afinal os ricos devem a sua existência aos pobres. A única coisa diferente mesmo é que nesta historia podem ser imortais.
Sim senhor continuas a ver filmes de primeira divisão
Nuno :) Cumprimentos, obrigado pela visita!
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