Depois do sucesso artístico e crítico de "Fear and Loathing in Las Vegas", a expectativa para voltar a ver Johnny Depp interpretar uma personagem do jornalista e escritor norte-americano Hunter S. Thompson era bastante elevada, sendo mesmo um desejo de vários anos para os fãs de ambos. No entanto, "O Diário a Rum" é um bicho exótico completamente diferente da obra-prima dos anos noventa, muito mais calmo, desinteressante e fortuito, moldado muito mais em formato de thriller sobre os efeitos nefastos do poder e do turismo norte-americano na beleza e simplicidade de Porto Rico, do que propriamente um drama pessoal em torno de Paul Kemp, a personagem homónima de Thompson a cargo de Depp. E se este, bem como a belíssima e cativante Amber Heard cumprem eficazmente com as características e feitios inerentes às suas personagens, a narrativa, essa, é carregada de faits-divers absurdos que em nada contribuem para o interesse e fortalecimento da história. Em suma, a "The Rum Diary" faltou a intensidade, energia e estilo tradicional da escrita de Thompson, figura polémica que suicidou-se em 2005 com um tiro na cabeça, depois de ter dedicado os últimos anos da sua vida a criticar a administração de George W. Bush.
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