sexta-feira, maio 25, 2012

The Village (2004)

Em 1897, a pequena comunidade de Covignton, na Pensilvânia, vive atormentada pela crença de que os bosques que envolvem a aldeia são habitados por criaturas míticas, potencialmente mortais caso estes decidam abandonar a mesma. Adaptados a um estilo de vida singular, marcado pelo isolamento e completa alienação da cultura que os rodeia, os problemas começam quando Kitty, a filha de um dos governantes da aldeia, apaixona-se por Lucius, um jovem que questiona a política levada a cabo por este, de manter os moradores de Covington confinados à pequena aldeia, além de desafiar várias convenções e regras que considera rígidas e ignorantes. Numa parábola clara à cultura do medo, tão mencionada e analisada nesta era pós 9/11, terá o amor força suficiente para quebrar barreiras nunca antes ultrapassadas?

Na tradição dos seus melhores trabalhos ("The Sixth Sense" e "Unbreakable"), M. Night Shyamalan apresenta em "The Village" uma narrativa misteriosa e assustadora, onde o suspense é construído a partir do desconhecido, daquilo que é sugerido e não propriamente através do que realmente aparece no ecrã. Entre vários aspectos técnicos bem conseguidos, destaque para o fabuloso jogo de sombras e cores utilizado pelo realizador para acentuar o ambiente claustrofóbico da fita, que em harmonia com a cuidada sonoplastia concede uma subtileza artística e funcional única para a película transmitir um medo profundo e enraizado, sem ter necessidade de recorrer a cenas gratuitas de terror. O tradicional twist de Shyamalan encaixa na perfeição com a lógica estrutural da intriga e proporciona a esta uma mensagem tão útil quanto alegórica. Ao nível da nobre cinematografia, está também o deleitoso elenco, onde os experientes Hurt, Weaver ou Gleeson dividem harmoniosamente as atenções com os promissores talentos Phoenix, Brody ou Dallas Howard. Amado por uns, odiado por outros, "A Vila" marca, na minha opinião, o último grande filme do realizador de origens indianas, que desde então tem oscilado entre o bizarro ("Lady in the Water") e o banal ("The Last Airbender").

4 comentários:

David Martins disse...

Gosto bastante, apesar de achar que havia espaço para melhoramentos. Mas,na altura, deixei o cinema satisfeito e intrigado com o que vi.

Carlos M. Reis disse...

:) Cumprimentos Cine31!

Jubylee disse...

Concordo inteiramente contigo. Lembro-me de na altura ter sido quase a única de entre as pessoas que conhecia que tinha de facto gostado do filme. O twist era o ponto de discórdia mais frequente. Também acho que foi o último grande filme do Shymalan - nem me fales do last airbender...que desperdício de matéria prima...

Carlos M. Reis disse...

:) Cumprimentos Jubylee!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...