Ou, pelo menos, é esse o conceito com que nos tentam manipular, tentando que, no final, o espectador acredite que só através da articulação das várias peças do puzzle foi possível descobrir o mentor do atentado terrorista. Na verdade, analisando friamente a narrativa, este foi descoberto logo nos primeiros quinze minutos de "Ponto de Mira", quando Thomas Barnes apanha o mau da fita numa gravação de um canal de televisão, sendo tudo o que acontece daí em diante apenas uma desculpa cinematográfica para "encher chouriços" e levar, pouco a pouco, a essa descoberta. Longe de ser uma ideia inovadora ou original, o formato multi-perspectiva acarretava ainda assim consigo algum potencial que, infelizmente, foi desaproveitado de forma tão banal quanto inglória. No fim, a sensação de termos visto várias vezes as mesmas cenas, com os mesmos planos, sem nada de novo a surgir da sua repetição constante. Uma obra em constante reset, quando tudo o que queríamos era um antivírus - ou, por outras palavras, realizador - eficaz.
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