quinta-feira, agosto 23, 2012

Vantage Point (2008)

Numa visita do Presidente norte-americano a Santiago de Compostela para assinar um tratado anti-terrorista numa badalada cimeira política internacional, Thomas Barnes e Kent Taylor são os agentes secretos principais responsáveis pela segurança do seu Chefe de Estado. No entanto, poucos segundos no palco são suficientes para o Presidente ser vítima de um atentado a tiro. No meio do pânico e da confusão, oito pontos de vista, do polícia ao turista de máquina de filmar, da mãe de uma criança ao repórter de imagem de um canal televisivo, todos eles serão decisivos para descobrir o que se passou e, mais importante de tudo, o autor do crime.

Ou, pelo menos, é esse o conceito com que nos tentam manipular, tentando que, no final, o espectador acredite que só através da articulação das várias peças do puzzle foi possível descobrir o mentor do atentado terrorista. Na verdade, analisando friamente a narrativa, este foi descoberto logo nos primeiros quinze minutos de "Ponto de Mira", quando Thomas Barnes apanha o mau da fita numa gravação de um canal de televisão, sendo tudo o que acontece daí em diante apenas uma desculpa cinematográfica para "encher chouriços" e levar, pouco a pouco, a essa descoberta. Longe de ser uma ideia inovadora ou original, o formato multi-perspectiva acarretava ainda assim consigo algum potencial que, infelizmente, foi desaproveitado de forma tão banal quanto inglória. No fim, a sensação de termos visto várias vezes as mesmas cenas, com os mesmos planos, sem nada de novo a surgir da sua repetição constante. Uma obra em constante reset, quando tudo o que queríamos era um antivírus - ou, por outras palavras, realizador - eficaz.

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