quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Agora que já se calaram todos, falo eu!


Óscares. Pela primeira vez em anos e anos de tentativas, consegui aguentar-me acordado até ao fim da cerimónia, mesmo tendo em conta que, hora e meia depois do Vítor Moura despedir-se com um "boa noite a até para o ano", tinha que estar dentro de um avião. Valeu a pena? Não sei. Ainda assim, de 0 a 10, eis um resumo da noite para este turista cinematográfico que vos escreve: 0 para a presença em palco de Kristen Stewart, completamente deslocada da festa - e da vida, já agora -, com aspecto de quem tinha tomado algo que não devia umas horas antes; ainda na esfera dos apresentadores, 1 para Renée Zellweger, qual estátua de cera tamanho era o inchaço facial de tanto botox e a sua assertividade ao microfone; 2 para a muito fraquinha homenagem aos cinquenta anos de James Bond, sem brilho, sem estrelas, sem o charme lendário do espião de sua majestade; e já que falo de Bond, que dizer da tão ansiada performance de "Skyfall" por Adele que, vá lá, redimiu-se mais tarde ao receber o Óscar para Melhor Tema com um discurso emocionado; 3 para os mamilos de Anne Hathaway, na boa tradição da perna de Angelina Jolie e prova futura para relembrar o fim de tarde frio que se encontrava em Los Angeles no último Domingo; 4 para a presença virtual de Michelle Obama, que banalizou de certa forma os prémios, colocando a primeira-dama norte-americana num patamar superior à Academia, quando o que estava em causa era a celebração de um ano de cinema e nada mais - e, por falar em ausências presenciais, onde raio andava a orquestra? ; 5 para Seth Macfarlane e a sua forma politicamente correcta do "estica mas não rebenta", um pouco frustrante para quem admira o seu estilo humorístico há muitos anos; 6 para a vitória de Ang Lee, completamente inesperada mas provavelmente tão merecida quanto seria a do favorito Spielberg ou a dos ausentes Ben Affleck ou Quentin Tarantino; e a nota 7 vai mesmo para o discurso humilde e porreiro deste último aquando da sua vitória enquanto... guionista, glorificando uma classe e categoria quase sempre desvalorizada na indústria; 8 para o facto de termos sido apanhados de surpresa com o tema de Jaws a assustar os mais demorados - e eis como uma tarefa ingrata e criticada durante décadas pode ser abordada de forma criativa e divertida; 9 para a vitória de Argo, não tanto pelo filme mas pela história de Ben Affleck em Hollywood que, de príncipe ("Good Will Hunting") a palhaço ("Gigli"), foi agora merecidamente colocado na poltrona do rei com esta conquista, depois de um par de experiências enquanto realizador de muito valor ("Gone Baby Gone" e "The Town"); por fim, 10 para a inevitável Jennifer Lawrence, centro das atenções não só na cerimónia em si - onde roubou injustamente a estatueta a Riva, mas justificou logo tal ousadia ao mostrar o seu "je ne sais quoi" ao cair a subir para o palco e a reagir de forma perfeita a tal vergonha -, mas também na passadeira vermelha, onde mencionou, por exemplo, o rabo da Emma Stone, ou no after-party, com uma conferência de imprensa irresistível e uma cena com Jack Nicholson deliciosa. Em poucas palavras, Jennifer é graciosa, elegante e divertida como nenhuma outra em Hollywood. E isso desculpa qualquer injustiça!

3 comentários:

Anónimo disse...

Excelente pontuação... sem dúvida que a Jennifer arrasou e arrasa. Uma miúda excepcional. Acho que estou apaixonado :)

by
Jurgen

brain-mixer disse...

Gostei dessa forma de resumir os Óscares.
Para o ano volta a fazer, mas de 0 a 20! :D
Abraços

Carlos M. Reis disse...

Jurgen e Edgar, obrigado pela visita! Para o ano tentarei fazer então de 0 a 20 ;)

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