26 de Dezembro de 2004. Uma onda gigante varre a costa tailandesa e todos aqueles que lá passavam ou moravam. Entre os largos milhares que foram surpreendidos pelo tsunami de forma violenta, encontram-se os turistas Maria e Henry, que aproveitavam umas relaxantes férias de Natal na praia com os seus três filhos. Está é a história de como sobreviveram - ou não, para deixar alguma curiosidade no leitor - a uma das maiores catástrofes naturais jamais registadas e tudo o que mudou nas suas vidas após aquele dia.
Realizado pelo catalão Juan Antonio Bayona - responsável pelo muito interessante "El Orfanato" -, "Lo Imposible" é um filme catástrofe tecnicamente irrepreensível, com cenários e efeitos especiais tão credíveis quanto espantosos que, no entanto, falha inocentemente na sua dimensão dramática, transformando-se com o passar dos minutos num melodrama banal de domingo à tarde, sem surpresas nem reviravoltas, culpa talvez das limitações que o selo de "história verídica" impuseram à narrativa. Ou seja, contas feitas, findados os primeiros vinte absorventes e trágicos minutos da fita, chega-se à conclusão que o seu maior trunfo a nível comercial acabou por tornar-se também no seu maior inimigo a nível estrutural, não desprezando com isto uma mão cheia de interpretações notáveis lideradas por um magnetizante... Tom Holland. É verdade, é ele na pele de Lucas, uma criança obrigada a crescer de um segundo para o outro, quem mais brilha nas águas lamacentas e agitadas de "O Impossível", mesmo que seja Naomi Watts quem vai recebendo um rol de nomeações importantes nas últimas semanas. Em poucas palavras, "Lo Imposible" é visualmente arrebatador mas, por muito agradável e inspiradora que seja a sua mensagem chave sobre a generosidade e resiliência do espírito humano, a sensação que fica é que tudo não passou de um exercício dramático tão convencional quanto vazio, ainda para mais se tivermos em conta que retratou um acontecimento responsável por mais de trezentas mil mortes.
2 comentários:
Para mim foi simplesmente um dos piores filmes do ano. O Resident Evil consegue ganhar esse prémio...
Não o colocaria nos piores do ano Jubylee - até porque o trabalho técnico a envolver a catástrofe é muito bom -, mas sim, é puro convencionalismo cinematográfico, uma fórmula dramática batida, sem risco nem brilho.
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