John McClane está de volta; mais velho, mais resmungão e mais impaciente, mas com o mesmo estilo e coragem que ajudaram a salvar centenas de vidas um pouco por todo o lado, fosse a crise num arranha-céus de luxo ou num dos mais movimentados aeroportos norte-americanos. Agora de visita a Moscovo para tentar perceber o que levou o filho, Jack, a uma vida manchada pelo crime e passada em prisões soviéticas. O que ele não sabe é que Jack é, afinal de contas, um experiente agente da CIA em missão secreta para resgatar um cientista russo com informações confidenciais que podem derrubar um regime. E, do nada, McClane, o pai, vai estragar uma operação de anos e provocar o caos na cidade moscovita.
Realizado pelo irlandês John Moore, "Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer" destaca-se claramente, pela negativa, como o pior capítulo na saga de um dos principais ícones do cinema de acção do final do século passado. Depois de ter sido reanimado em 2007 de forma divertida e competente por Len Wiseman, Moore destrói todo o élan de uma personagem com uma narrativa preguiçosa - chega ao ponto de repetir a mesma piada ("I'm on vacation!") uma mão cheia de vezes, efeitos especiais demasiado modernos para tão tradicional herói - slow motion à le Max Payne, também realizado por Moore, não rima com McClane - e um trabalho de edição e montagem desleixado, que arruina por completo a noção de continuidade entre várias cenas. Como se não bastasse, Willis parece estar preso a um longo casamento com a sua personagem, dando vários sinais de uma excessiva acomodação à pele de McClane, quando era pedido e necessário um pouco mais de esforço e credibilidade em vários momentos de maior intensidade física e dramática.
Pouco nostálgico, falta a este "A Good Day to Die Hard" a inteligência estrutural do passado, bem como um par de cenas memoráveis que deixassem marca no espectador. Assim, um bom twist na história, um vilão credível e uma boa surpresa no que concerne à introdução e interpretação de Jai Courtney no papel do filho do lendário herói não são suficientes para adornar a desilusão que fica em nós quando nos apercebemos que acabámos de assistir à queda de mais um mito cinematográfico até aqui intocável. Que saudades de John McTiernan.
3 comentários:
Parece-me que o McTiernam foi quem caiu primeiro... fez dois ou três filmes bons e desapareceu há muito tempo ;)
Mas ainda não vi este novo Willis!
Nuno, McTiernan desapareceu porque está na cadeia...
Edgar, mas acho que já anunciou um filmezinho para breve, por isso já deve ter saído. Nuno, poucos mas muito bons! Um abraço!
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