Vencedor do Óscar para melhor filme no passado mês de Fevereiro, "Argo" revela-se um produto cinematográfico tão interessante - pela veracidade quase absurda da história - quanto demasiado simplificado num fórmula narrativa metódica, linear e pouco arriscada. Fiel ao que relata - e, por isso, com pouca margem de manobra para rasgos criativos - e filmado de forma irrepreensível, Ben Affleck sustenta "Argo" na sua sinceridade e responsabilidade de dar a conhecer ao mundo algo que foi segredo durante décadas e que, inclusive, levou a uma perda de popularidade politicamente fatal ao então presidente democrata Carter - que, já agora, com um simples e curto de voz-off durante o rolar dos créditos finais dá outra profundidade ao filme.
Poucas artimanhas narrativas não frustraram ainda assim o impacto da história, sem muito suspense mas com muita substância. Destaque ainda para os poucos mas cativantes minutos da dupla Arkin/Goodman, suficientes para aligeirar este "docudrama" para uma esfera muito mais hollywoodesca - e, logo, mais rentável na bilheteira. O truque foi mesmo espetar quase todas as suas cenas nos trailers oficiais e esperar que a promessa de uma fita tão divertida quanto séria conquistasse o público. Resultou. Depois é tudo uma questão de gestão das expectativas.
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4 comentários:
Gostei do filme, mas lá está: Hollywood faz mais e melhor, mas continua a querer fechar os olhos...
Cumprimentos,
Rui Alves de Sousa
P.S - Cuidado com as mensagens de SPAM!
Gaita, andava a apagar mensagens de SPAM pelo blogue e sem querer apaguei um comentário válido daqui. Nem reparei de quem era. As minhas desculpas ao leitor. Rui ;) Um abraço.
Que tal accionar o "controlador" de comentários para o blog? :)
Um Abraço!
Já está accionado Rui. Tudo o que seja comentários a entradas com mais de quinze dias, necessita de moderação. Tem sido uma limpeza!
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