Inicialmente destinado e pensado para a realização de Joel Schumacher, "The Call" acabou por ser entregue a Brad Anderson, responsável por filmes como "The Machinist" ou "Transsiberian". Thriller de acção competente - e, porque não, até surpreendente - durante a construção e desenvolvimento da narrativa, "The Call" deixa no entanto tudo a perder com um final absolutamente transviado da linha estrutural e lógica que tinha sido criada até então. Sejam caixões, aviões, edifícios ou simples quartos, a claustrofobia cinematográfica está em voga e um porta-bagagens revela-se apenas um novo mundo de oportunidades para mil e uma hipóteses de comportamentos interessantes em prol da história. Mas claro, o que seria de um filme com um telemóvel no papel principal sem os tradicionais arcos narrativos dependentes de um "Sem Sinal" ou de um aviso de "Bateria Fraca"? Ou, pasme-se, do destino tão certo quanto trágico de qualquer transeunte anónimo que tente ajudar uma vítima? Ainda assim, entre a chamada de atenção para a dificuldade de um trabalho policial muitas vezes esquecido como tal - as acções tomadas e sugeridas a qualquer chamada recebida num centro destes pode ser a diferença entre a vida e a morte - e a experiência psicológica violenta de ver a dócil rapariga de "Little Miss Sunshine" de sutiã, "The Call" serve como entretenimento q.b. para hora e meia de uma tarde chuvosa de domingo.
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