Comédia negra realizada pelo francês Luc Besson a partir de um dos romances do conceituado e premiado escritor Tonino Benacquista, a força de "Malavita" está sem dúvida alguma nas suas riquíssimas personagens cujos traços de personalidade vincados imploram quase por uma série televisiva de várias temporadas e não apenas um filme de noventa minutos, onde as suas decisões e actos não podem ser estudados e desenvolvidos de maneira específica e dedicada. Numa família que sobrevive junta e comporta-se de maneira violenta também em conjunto, destaque para o papelão de Michelle Pfeiffer e para a forma como os jovens John D'Leo e Dianna Agron conseguem cativar o espectador para os seus próprios dilemas pessoais com interpretações competentes e credíveis, que os tornam peças principais num tabuleiro de xadrez onde estavam destinados a ser meros peões. O estiloso Luc Besson mostra que quem sabe nunca esquece, cabendo ao veterano Tommy Lee Jones mostrar exactamente o inverso, num papel sem brilho nem intensidade, que anula-se a si próprio na interacção com DeNiro, relação essa que poderia ter sido o principal enfoque cómico da trama mas que acaba por ser um tiro ao lado na narrativa, prejudicando a sua fluidez e energia. Ainda assim, reivindicando no seu final por uma improvável sequela, "The Family" revela-se uma proposta muito interessante algures entre "Os Sopranos" e "Uma Família Moderna".
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