Numa missão aparentemente tranquila de recuperação de um objecto misterioso localizado num avião despenhado algures na Albânia, os Mercenários são alvo de uma armadilha orquestrada pelos homens do vilanesco Jean Vilain (o delicioso Jean-Claude Van Damme, naquela que é provavelmente a interpretação mais surpreendente do grupo) e acabam por ver o seu mais jovem elemento (Liam Hemsworth) ser escusadamente degolado naquela que seria a sua última missão antes de ir viver com a namorada para França. Decididos a vingar e honrar “The Kid”, os Mercenários partem numa volta ao mundo que só pode acabar com Vilain morto. E, pelo caminho, ajudam ainda a colocar cinco mil toneladas de plutónio nas mãos certas, de modo a evitar a terceira Guerra Mundial.
Realizado desta vez por Simon West (“Con Air” e “Tomb Raider”), esse é logo à partida o grande trunfo desta sequela em relação ao capítulo de abertura da saga: West filma e edita melhor que Stallone e a fluidez narrativa agradece, mesmo no meio de tanta pancadaria e espectáculo pirotécnico. Com um elenco ainda mais utópico, “Os Mercenários 2” revela-se uma ode vaidosa – são infindáveis as referências cómico-culturais a diversos símbolos e expressões de referência dos actores em cena - ao cinema de acção dos anos oitenta e noventa, uma que mesmo caindo na previsibilidade irritante do guião crowd-pleasing, consegue construir estímulos vários nas suas cenas de acção coreografadas ao pormenor, que tornam este um exercício nostálgico e reconfortante no meio de tanto blockbuster moderno que privilegia os efeitos especiais computorizados sobre a autenticidade dos duplos e o calor agonizante das chamas. Um exemplo modesto e circunspecto de uma sequela superior ao original.
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