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Certamente uma experiência de amor ou ódio para a maioria dos espectadores, "A Árvore da Vida" conquistou surpreendentemente a Palma d'Ouro em Cannes após uma estreia com mais assobios do que aplausos. Eu coloco-me a meio caminho: se não considero justo rotular o filme de demasiado ambicioso e visualmente desordenado como muitos o fizeram, também não consigo em consciência elogiar a obra de Terrence Malick como um estudo metafísico brilhante sobre a vida humana. Se aprecio e julgo interessante a dicotomia entre duas formas distintas de ver o mundo - a do patriarca da família, um Brad Pitt sempre sobre pressão, que desgasta-se na sua natureza de raiva e frustração, e a graciosa Jessica Chastain, que enfrenta a vida com um sorriso, sabendo que a única maneira de ser verdadeiramente feliz é através do amor -, também lamento que "The Tree of Life" perca muito mais tempo a filosofar do que a explorar emocionalmente os conflitos entre os membros da família O'Brien, principalmente entre os três irmãos. Ainda assim, uma cinematografia notável e uma mão-cheia de imagens inesquecíveis justificam uma oportunidade. Mesmo que depois acabe em divórcio.
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